Câmara de Manaus revoga medalha de honraria concedida à policial civil preso

O policial civil e a mulher deles estão presos suspeitos de agredirem uma babá e atirar em um advogado

Manaus – Os vereadores da 18ª legislatura da Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovaram, por unanimidade, o Decreto Legislativo nº 615/2023 que revoga a Medalha de Ouro Alfredo Barbosa Filho, concedida ao investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) Raimundo Nonato Monteiro Machado, em 2021.

(Foto: Divulgação)

Raimundo e a esposa, Jussana Machado, são suspeitos de agredirem uma babá e atirar em um advogado, em um condomínio na Ponta Negra, zona oeste de Manaus. O caso repercutiu nacionalmente e o casal está preso preventivamente.

O policial foi homenageado pela CMM, em 2021, com a medalha que é uma das maiores honrarias concedidas pela Casa Legislativa, concedida ao cidadão que “prestou serviços relevantes à cidade de Manaus e sua gente por mais de 10 anos“.

O Decreto Legislativo, proposto pelo vereador Allan Campelo (Podemos), foi subscrito por outros 20 vereadores. Allan Campelo, que também é autor do Decreto Legislativo nº 542/2021 que concedeu a honraria ao policial civil, lamentou o ocorrido e enfatizou que todo ato de violência precisa ser severamente combatido.

Prisão

Após ter a prisão preventiva decretada no dia 19 de agosto, o policial civil Raimundo Nonato Menezes se apresentou, no dia 20 de agosto, à Delegacia Geral.

A decisão da prisão veio do juiz plantonista Alcides Carvalho Vieira Filho, após o pedido do Ministério Público do Amazonas (MP/AM). O juiz afirmou que a representação possuía fortes indícios de autoria do policial. Após ser apresentar na delegacia, Raimundo passou por exames de corpo de delito e seguiu para carceragem, onde ficará à disposição da Justiça.

Jussana Menezes foi presa nno dia 19 de agosto, durante audiência de custódia por atirar no advogado Dr. Ygor de Menezes Colares. A arma que a mulher usou foi fornecida por Raimundo Nonato.De acordo com a juíza Eulinete Tribuzy, a prisão em flagrante de Jussana foi convertida para prisão preventiva. Ela considera que a soltura da mulher atenta contra a ordem pública e põe em risco a aplicação da lei penal.

Prisão especial

A defesa de Jussana Machado, acusada de agredir uma babá e balear um advogado durante uma discussão em um condomínio, teve o pedido para a mulher ter prisão especial negado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). As agressões e o tiro aconteceram em um condomínio na Ponta Negra, zona oeste de Manaus. O policial civil Raimundo Nonato Machado, marido de Jussana, também está preso pelo crime de lesão corporal.

O advogado de defesa de Jussana usou o argumento de que a mulher poderia sofrer represália por conta da ampla divulgação do caso. O juiz do TJAM explicou que a prisão especial é concedida as pessoas que ocupam algum cargo público ou possuem diploma superior.

Entenda o caso

O investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), identificado como Raimundo Nonato Machado, conhecido como ‘Nonato Careca’ e a mulher Juçara Machado, se envolveram em uma briga na noite desta sexta-feira (18). O investigador incita uma ‘luta’ entre a esposa e a funcionária de uma advogado que ao tentar conter as duas, levou um tiro de raspão na perna. O caso ocorreu no estacionamento de um condomínio, na avenida Coronel Teixeira, bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus.

De acordo com informações a mulher de Nonato, batia na funcionária de um advogado que ao saber do ocorrido corre para ajudar a mulher. Quando o advogado se aproxima, tenta separar as duas e logo é contido pelo investigador que desfere um soco contra o homem. Os dois caem no chão e Juçara saca a arma do marido e atira contra o advogado, acertando de raspão a perna do homem. O advogado corre para a guarita do condomínio, mas é perseguido pelo investigador e pela mulher que está bastante alterada.

A motivação da briga seria porque o casal achava que a babá, funcionária do advogado, falava mal deles.

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