Captura de botos é realizada para coleta de dados para pesquisa pelo Inpa

A atividade faz parte das ações do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia e visa coleta de material biológico e marcação dos animais para monitoramento

Manaus – Com o objetivo de verificar o estado de saúde dos botos-vermelhos que vivem no Lago de Balbina, próximo ao município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros ao norte de Manaus), a equipe do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, realizou no mês de março a captura de 12 animais para marcação e coleta de material biológico. A ação foi coordenada pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), Vera da Silva e envolveu veterinários, biólogos, pescadores, e o apoio do Instituto Mendes de Conservação (ICMBio).

A coordenadora do projeto explica sobre a importância da atividade para a conservação. “Essa região do reservatório de Balbina tem uma população de botos que foi isolada dos demais animais desde que a barragem foi construída, e por isso a captura é de extrema importância para as pesquisas. Após a coleta do material biológico conseguiremos saber como os botos evoluíram do ponto de vista genético e de comportamento também”, diz ela. O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e tem como principal parceiro o Inpa.

a equipe do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, realizou no mês de março a captura de 12 animais para marcação e coleta de material biológico (Foto: Fernanda Farias/Inpa)

Captura

A primeira expedição científica para capturar os botos da Amazônia, ocorreu em 1994, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – RDSM, com intuito de conhecer mais os golfinhos da Amazônia. Na ocasião, nove botos-vermelhos foram marcados, medidos e pesados; além da coleta de material biológico para diferentes tipos de análises; importantes para se conhecer a biologia da espécie. “Desde então, todo ano a atividade acontece e toda a equipe do Projeto, entre pesquisadores, estudantes e pescadores, mobiliza-se para realizar a atividade”, disse a pesquisadora do Inpa sobre o Projeto Boto que é realizado na RDS Mamirauá.

Espécie ameaçada

A dois passos da classificação de ‘extinto’, o boto-vermelho foi reclassificado, em 2018, na lista de animais ameaçados de extinção da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Antes a espécie estava listada como ‘dados insuficientes’ e agora está entre os animais classificados como ‘em perigo’.

Para reavaliar o status desse golfinho da Amazônia na lista vermelha, a IUCN contou com os dados de pesquisas do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa coordenado pela pesquisadora Vera da Silva, em parceria com outras instituições de pesquisas do Brasil e do Mundo.

Lista vermelha

A lista vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN classifica as espécies em nove grupos definidos por critérios rigorosos que incluem taxa de declínio da população; tamanho e distribuição da população; área de distribuição geográfica, grau de fragmentação e intensidade das ameaças. ‘Em perigo’ é a categoria que evidência que a espécie provavelmente será extinta em um futuro próximo, se nada for feito para impedir. Segundo a IUCN, este é o segundo estado de conservação mais grave para as espécies na natureza.