Manaus – Em um mundo cada vez mais globalizado e multicultural, a educação vai além da simples transmissão de conhecimentos escolares. Desenvolver um ambiente educativo onde os valores, o respeito e a compreensão mútua sejam pilares fundamentais é essencial. Inserido nesse contexto, o ensino religioso na educação básica emerge como uma ferramenta indispensável para cultivar a empatia, promover o diálogo inter-religioso, e preparar os alunos para atuarem de forma consciente e ética na sociedade.
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Para o doutor em educação e coordenador do programa de Ciências da Religião em Manaus do Instituto Social de Educação e Tecnologia (SETE), Eduardo Segura, no Amazonas não é diferente, pois possui uma ampla diversidade cultural e religiosa. Segundo ele, a ausência de uma formação específica e de uma habilitação, que atenda as exigências do Ministério da Educação (MEC), para os professores de Ensino Religioso, representa uma barreira significativa para a promoção de uma educação inclusiva e para o desenvolvimento integral dos estudantes, acarretando impactos negativos como, a lacuna entre a prática docente e a qualidade do ensino oferecido nas escolas da região.
“Os impactos negativos não terminam aqui, pois o Brasil registrou um aumento significativo de 80% dos casos de intolerância religiosa em 2024, quando comparado com 2023, segundo dados do canal de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), o disque 100. No Amazonas não é diferente, o que possibilita a criação de políticas públicas que possam diminuir esses impactos negativos que atingem a nossa sociedade”, aponta o professor.
O educador reforça que diante do cenário, “fica claro que existe uma necessidade de políticas públicas que incentivem a criação de cursos de licenciatura em Ciências da Religião nas Universidade Públicas do Amazonas”. Ele afirma ainda que outro ponto importante é a formação continuada de professores que possa abordar a diversidade religiosa, a legislação educacional e a práticas pedagógicas inovadoras, garantindo a inclusão dos jovens nesse novo cenário global.
Com o intuito de abrandar os impactos negativos desse cenário o Instituto SETE (instituto social de educação e tecnologia) em parceria com a PUC de Goiás oferece em Manaus o primeiro Mestrado Acadêmico de Ciências da Religião, reconhecido pelo MEC/CAPES na modalidade presencial.
O programa de Mestrado tem por objetivo formar pesquisadores e professores do Ensino Religioso com uma base sólida teórica e metodológica em Ciências da Religião, capazes de analisar e interpretar o fenômeno religioso em suas múltiplas dimensões, considerando os contextos históricos, sociais, culturais e políticos.
O curso busca ainda a compreesão de como as religiões influenciam e são influenciadas pela sociedade em que estão inseridas, para com isso desenvolver habilidades para a promoção de um diálogo inter-religioso, do respeito à diversidade e do combate a intolerância religiosa. Além disso, o programa de mestrado vai estimular a produção de conhecimento científico sobre as religiões presentes no Amazonas, valorizando as tradições locais e as manifestações culturais da região.
“Precisamos preservar o nosso patrimônio religioso, criando líderes capazes de transformar a educação e a sociedade para promover o diálogo, a compreensão e o respeito em um mundo cada vez mais diverso e complexo”, finaliza Eduardo.
