Jovem picado por cobra é resgatado de helicóptero em comunidade de Manaus

Edvan da Silva de Oliveira, 13, foi resgatado, de helicóptero, da comunidade São Sebastião, no Rio Cueiras, afluente do Rio Negro, na zona rural de Manaus. O ataque mais comum no Amazonas são de cobras

Manaus – Edvan da Silva de Oliveira, 13, picado por uma cobra peçonhenta, foi resgatado, por helicóptero do Estado do Amazonas, na comunidade São Sebastião, no Rio Cueiras, afluente do Rio Negro, na zona rural de Manaus. O resgate ocorreu, na tarde deste sábado (23), pelo helicóptero da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) após solicitação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O trajeto de ida e retorno da comunidade durou cerca de uma hora. O ataque mais comum no Amazonas são de cobras. Em 2017, foram registrados 136 ataques de cobras em todo o Estado.

O adolescente recebeu os primeiros atendimentos da equipe médica do Samu ainda no helicóptero. Acompanhado do pai, de identidade divulgada apenas como “Edmar”, o jovem desembarcou na Vila Olímpica, no bairro Dom Pedro, zona oeste de Manaus, e foi levado por ambulância à Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) para receber atendimento médico especializado.

Adolescente foi picado na comunidade São Sebastião, zona rural de Manaus (Foto: Divulgação/SSP)

Atendimento

De acordo com o diretor clínico da FMT-HVD, o infectologista Antônio Magela, o adolescente está sendo assistido por especialistas da unidade. O estado do jovem é estável, mas, devido à gravidade do acidente, ainda é cedo para saber se terá algum comprometimento no membro atingido.

“A suspeita é de que tenha sido um Acidente Botrópico (causado por jararaca), apesar da família ter narrado que a picada seja de uma Pico de Jaca. A Pico de Jaca é a verdadeira Surucucu, que vive em floresta primária e densa e os acidentes com essa espécie costumam ser noturnos. Cerca de 97% dos acidentes na Amazônia são por serpentes do tipo Bothrops”, disse Magela.

Por precaução, segundo o médico, o paciente recebeu dois tipos de soro para neutralizar o veneno de ambas as serpentes (soro bivalente e o anti botrópico-laquético). Ainda segundo ele, o soro antiofídico só pode ser aplicado em ambiente hospitalar, por conta do risco anafilático. “O resgate de helicóptero foi importante, dada a distância em que estava. Isso pode fazer a diferença no sucesso do tratamento”.

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Equipe médica realizou procedimentos ainda no helicóptero (Foto: Divulgação/SSP)

Picadas de animais peçonhentos

Nos casos de mordidas desse tipo, a orientação médica é manter a pessoa em posição confortável e buscar, o mais rápido possível, um ambiente hospitalar. No período chuvoso e de cheia dos rios do Amazonas, alguns animais e insetos procuram abrigos em residências e, com isso, vem o perigo de ataques de animais peçonhentos. Só este ano, já foram 15 casos registrados pela FMT-HVD, hospital de referência para esse tipo de situação.

O ataque mais comum no Brasil é do escorpião que, nos últimos três anos, aumentou de forma alarmante. No Amazonas, as serpentes são as vilãs. Em 2017, foram registrados 136 ataques de cobras em todo o Estado. Em 2018, o número aumentou para 142 vítimas desse animal. Só este ano já foram registrados 13 ataques. De todo esse quantitativo, 97% dos casos foram ataques da serpente, Bothrops Atrox, popularmente conhecida como surucucurana ou jararaca do Norte.

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