No período de calor, sobrecarga em sistemas elétricos pode causar incêndios

O alerta é do Corpo de Bombeiros do Amazonas, que chama a atenção para o aumento na utilização de condicionadores de ar e equipamentos correlatos, neste período

Manaus – O incêndio de grandes proporções que destruiu o supermercado Big Amigão, no último domingo (9), no bairro Compensa, zona oeste da cidade, traz o alerta à sobrecarga em sistemas elétricos de empresas e casas, além de queimadas de vegetação provocadas pela própria população, durante a época da estiagem. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), até junho deste ano, foram registrados, em Manaus, 233 casos de incêndios de todos os tipos. Já ao longo de todo o ano de 2017, a corporação registrou 868 casos, na capital.

Uso de ar condicionado pode sobrecarregar instalações elétricas (Foto: Eraldo Lopes)

De acordo com o major Andrey Barbosa, do Corpo de Bombeiros, a incidência do calor demanda o aumento na utilização de condicionadores de ar e equipamentos correlatos para amenizar as temperaturas e, com isso, pode haver uma sobrecarga elétrica. “As pessoas tendem a ligar seus condicionadores de ar com mais frequência e muitas edificações não estão preparadas para receber essa demanda energética. O próprio sistema elétrico fica sobrecarregado e pode provocar curtos-circuitos. Outro ponto importante a ser destacado é com relação a queimadas em florestas de áreas ressecadas. A população deve evitar atear fogo em lixos ou agentes propagadores de possíveis incêndios e devem, também, revisar todo o sistema elétrico de seus imóveis com o objetivo de evitar a deflagração de desastres, pois o calor é, sem dúvida, um valor agregador de risco”, explica Barbosa.

O major destaca que, caso a pessoa esteja em casa ou em um estabelecimento comercial durante um princípio de incêndio, a primeira ação deve ser abandonar o local. “Se a pessoa não possui nenhum tipo de treinamento, o ideal é desligar a chave geral do imóvel, sair do lugar e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193. Isso caso a pessoa não tenho o treinamento de segurança para debelar o incêndio. Em casos de fogo em uma folha de papel ou em um pano, o ideal é usar agentes extintores para evitar algo mais grave. Lembrando que isso somente se ela se sentir segura”, comenta.

No caso de empresas, o major ressalta que os próprios diretores empresariais oferecem cursos de brigadas e de especialização de forma privada dentro do hall de seus serviços preventivos. “O Corpo de Bombeiros possui cursos de nível simples (8 horas) e avançado (20 horas), mas são destinados a pessoas com baixa renda. Reunimos todos os interessados de forma coletiva e aplicamos as técnicas que, geralmente, são destinadas a entidades públicas – Estado e município – e dentro de programas sociais em áreas como a zona leste, por exemplo”, diz ele. Os interessados podem procurar a unidade da corporação no Distrito Industrial ou do Batalhão de Bombeiros Especial (BBE), no bairro Flores, e fazerem suas inscrições para as próximas turmas.

O major reafirma que é primordial a revisão de todas as instalações elétricas de casas e estabelecimentos comerciais e, em casos de incêndio, manter a calma e ligar para o 193. “A única forma de prevenir esses problemas é buscando a saúde das instalações elétricas e não manusear materiais que possam ocasionar incêndios como líquidos inflamáveis e também sprays inflamáveis”, finaliza.

Casas evacuadas em incêndio, no Compensa, são vistoriadas

Equipes técnica e de engenharia da Defesa Civil de Manaus realizaram, na manhã de ontem, uma nova vistoria no prédio do supermercado Big Amigão, atingido por um incêndio, no último domingo (9), e nas residências avaliadas em situações de risco, por conta da iminência de desabamento do estabelecimento.

De acordo com o secretário executivo de Proteção e Defesa Civil de Manaus, Cláudio Belém, oito casas foram evacuadas por risco de desabamento do prédio, após a primeira vistoria realizada pelo órgão, no domingo. “Nós estivemos ontem (domingo) aqui no local e ficou acertado que, hoje (ontem), o órgão retornaria com a equipe de engenharia para fazer uma nova avaliação. Verificamos que a estrutura do estabelecimento ainda está com a temperatura alta e, por conta disso, ainda pode ocorrer novos desabamentos em torno do prédio. Por esse motivo, ontem decidimos orientar e evacuar as famílias das oito residências avaliadas por conta do risco de desabamento do prédio”, explicou Belém.

Ainda de acordo com o secretário, por motivo de segurança, as residências continuam evacuadas pelo prazo de 72 horas, até ser feita uma nova avaliação pelos órgãos competentes. “Após o relatório técnico de hoje, da avaliação das estruturas das residências, nós vamos esperar o prazo de 72 horas, de resfriamento da temperatura do prédio, para o órgão realizar uma nova avaliação do estabelecimento e das residências evacuadas”, orientou.