Manaus -Os pesquisadores do Instituto Mamirauá, que realizam pesquisas em conservação e ecologia de felinos na Amazônia Central, obtiveram êxito na captura de mais uma onça, desta vez, uma fêmea. Marielle, como foi apelidada, foi capturada na última terça-feira (21), no período da noite, após 27 dias de trabalho em campo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), o felino foi marcado com um colar de monitoramento GPS/VHF.

(Foto: Miguel Monteiro)
A equipe, que conta com uma veterinária, dois biólogos, e dois assistentes de campo que são das comunidades da Reserva, já estavam felizes com a captura do macho apelidado de “Lula”, e agora comemoram a inclusão da onça “Marielle” na pesquisa para dar continuidade à busca de mais resultados.
“Quanto mais onças capturadas, melhores são as aproximações e modelos ecológicos para entendermos o movimento desses animais na várzea”, explica o biólogo e mestre em Ecologia, Marcos Brito.
“Além disso, um maior número de onças também é essencial para o monitoramento contínuo das doenças infecciosas que circulam na população desta área estudada, contribuindo para a criação de estratégias de conservação desses felinos”, disse.
(Foto: Miguel Monteiro)
Com a realização do exame clínico, a veterinária e doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Louise Maranhão, afirma que o animal estava em boas condições físicas corporais e idade estimada de nove anos, conforme aparentam os desgastes e colorações dentárias.
“Há indícios de que ela esteja gestante, pois no exame de palpação abdominal foi detectada estrutura firme e esférica no útero. Com o monitoramento será possível confirmar essa hipótese. De um modo geral o estado de saúde foi satisfatório”, conta Louise.
Para os pesquisadores, o mais marcante dessa nova captura é a possibilidade da gestação da onça que só poderá ser comprovada com o monitoramento que deverá começar no mês de maio, com o início da cheia na região.