‘Tiro no pé’: desvios na Djalma Batista e Constantino Nery só geram transtornos

Especialista explica que mudanças não surtiram efeito positivo e necessitam de melhor adequação

Manaus – Os desvios implementados pela Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto de Mobilidade Urbana de Manaus (IMMU), não atenderam positivamente a necessidade do trânsito na região. Apesar do órgão divulgar que ocorreram melhorias, especialista e motoristas apontam que as mudanças não surtiram efeito, com a necessidade de adequação para os pedestres e os condutores que reclamam de congestionamentos e aumento de semáforos que causam a lentidão no trânsito.

(Foto: Daniel Barbosa / GDC)

Quando se fala em mobilidade urbana, a expectativa é para que condutores possam transitar gastando menos tempo no trânsito, visando a qualidade de vida para as pessoas. Essa missão é da gestão pública, por meio da implementação de mudanças, investimentos e planejamento, com o objetivo de proporcionar fluidez no trânsito.

De acordo com o especialista em trânsito, Rafael Cordeiro, as intervenções implementadas pela Prefeitura de Manaus a partir do dia 21 de janeiro deste ano, especificamente nas avenidas Constantino Nery e Djalma Batista, não surtiram efeito positivo e necessitam de melhor adequação. Rafael explica que falta atenção ao pedestre, ao apontar ausência de faixas e passarelas e tempo no semáforo.

“Aqueles que precisam chegar até este ponto vão enfrentar lentidão e reclamam porque as medidas anunciadas geram grande expectativa em todo e não surtiu o efeito tão desejado ainda. Você observa que mais à frente nós temos uma estação de transferência de passageiros. Você vê que não há a passarela que possa proporcionar a travessia segura de um lado ao outro. Você vê que não há um tempo semafórico no cruzamento recém instalado no novo equipamento. Uma faixa com tempo exclusivo para a travessia do pedestre, isso obriga, faz com que ele dispute o tempo, o espaço com os veículos”, explica o expecialista.

A constatação sobre a necessidade de atenção as pessoas que circulam diariamente pela região também foi feita pelos pedestres e passageiros. O trânsito naquele trecho exige atenção princialmente pelas condições climáticas da cidade, com extrema variação.

“Eu senti bastante com essa mudança, principalmente agora que é bem sol, bem chuva e o pessoal acaba sofrando com isso, né? Então seria bom colocar pelo menos uma cobertura, né, pra ajudar. Reclamo assim na questão mesmo do local, da qualidade da parada”, disse o estudante Vítor Davi.

O gargalo no trânsito da região também sufocou os condutores. O Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), informou que o fluxo para as várias vias afetadas pelas mudanças melhorou, contradizendo o que os motoristas vivem na prática.

“Rapaz, não tá muito bom não. É essa situação aí que vê. Só fazem retorno, retorno pra lá, retorno pra cá e nada de melhorar o trânsito. Então, eu acho que isso é dinheiro jogado fora, na realidade. A pessoa tem que fazer as coisas pra uma mudança da cidade mesmo, coisa melhor, entendeu, disse outro condutor”,

“Está um pouco difícil, porque ainda mais quem está indo para a Cidade Nova, você tem que vir para cá ainda a direita para você continuar o trajeto. Enquanto que antigamente você ia direto. Aí quando você chega lá, se você não tiver atenção, você se confunde. Você perde porque vai querer entrar para Alvorada. Essa mudança piorou um pouco o trânsito”

A realidade é o aumento da retenção a qualquer hora do dia, principalmente pela instalação de três semáforos sem sincronia e em curta distância, na avenida Djalma Batista.

“Trânsito na avenida Djalma Batista e na Constantino Nery é exatamente trágico isso aí, porque atrasa muito, não conseguiram resolver nada. Porque as duas continuam ganhando congestionamento. Infelizmente a gente não está vendo solução nenhuma nisso aí”, afirmou o condutor que trafegava na avenida Djalma Batista.

Segundo Rafael Cordeiro, a partir do momento que determinada sociedade não sente segurança, ela não se sente atraída, ela não confia no sistema público de transporte coletivo, obviamente ela vai dar lugar pra outra forma. A busca por alternativas, seja motocicleta ou transporte por aplicativo, impacta diretamente no trânsito, com mais veículos, mais congestionamento e mais acidentes. Ele reforça a necessidade de investimentos que tragam a dignidade à população.

“Se Manaus não fizer nada, infelizmente continuaremos a ter um trânsito cada vez mais caótico, enderrafado, perigoso para todos os usuários do sistema, finaliza o especialista.

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