Manaus – A Divisão do Centro de Emissão de Declarações de Óbitos (Divcedo) já realizou 5.054 atendimentos no município de Manaus. Desse total, 524 atendimentos foram realizados neste ano.

(Foto: Divulgação/Semsa)
O serviço, implantado no dia 18 de maio de 2020 para atender a demanda que surgiu com a pandemia da Covid-19, realiza atendimentos para a emissão de declaração de óbitos por causa natural em domicílio.
A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (DVAE/Semsa), enfermeira Marinélia Ferreira, conta que o início da oferta do serviço na rede municipal atendeu a necessidade urgente durante a pandemia da Covid-19, de forma a complementar o atendimento que era realizado na rede estadual
Após o fim da pandemia, a oferta do serviço foi mantida na rotina de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), com o fortalecimento das equipes de profissionais que realizam o atendimento em domicílio.
“A Declaração de Óbito é o documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. É um documento com função legal, mas também constitui uma fonte de dados sobre óbitos e a situação de saúde da população. Com as informações coletadas, os serviços de saúde podem identificar, por exemplo, os agravos que mais atingem a população e estabelecer ações e políticas públicas que possam melhorar a saúde das pessoas”, pontua Marinélia Ferreira.
Serviços
A Divisão do Centro de Emissão de Declarações de Óbitos (Divcedo/Semsa) realiza atendimento de segunda-feira a domingo, no horário das 8h às 18h, e o serviço pode ser solicitado por telefone, no número (92) 98842-8437.
Atualmente, a Divisão conta com três equipes de profissionais trabalhando diariamente, compostas por médico, técnico de patologia, técnico de necropsia e técnico de enfermagem.
De acordo com o chefe do serviço, farmacêutico Arlindo França, a maioria dos atendimentos envolve casos de óbito de pessoas com idade mais avançada que apresentam comorbidades, mas também há casos com crianças, adolescentes e adultos jovens com comorbidades pré-existentes.
“Dos 524 atendimentos realizados este ano, 403 envolveram o óbito de pessoas com 60 anos ou mais. Mas houve dois atendimentos por óbito de crianças de até um ano, 26 na faixa etária de um a 39 anos e 93 na faixa etária de 40 a 59 anos de idade”, informa Arlindo França.
Em 2023, do total de 1.350 atendimentos, 1.026 foram registrados na faixa etária a partir de 60 anos.
Para ter acesso ao serviço, Arlindo França explica que a família deve entrar em contato por telefone, quando vai receber orientações sobre a documentação que deve ser apresentada à equipe que irá ao domicílio, incluindo receitas, exames e laudos médicos, ou outro comprovante no caso de doença crônica pré-existente, o que vai ajudar na definição de causa básica de morte.
“Nos atendimentos deste ano, as comorbidades mais identificadas foram a hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, neoplasia e doença neurológica. Em muitos casos há a associação de duas ou mais comorbidades”, esclarece Arlindo.
Covid-19
Mesmo com o controle dos casos de Covid-19, a Semsa, por meio da Divisão do Centro de Emissão de Declarações de Óbitos, continua o monitoramento de casos da doença e de outros vírus respiratórios, sendo mais uma estratégia de vigilância para identificar precocemente tendência de aumento de casos de doenças respiratórias entre a população.
O monitoramento é feito a partir da coleta de material para o exame RT-PCR em 100% dos atendimentos na emissão da Declaração de Óbito em domicílio. Este ano, a Covid-19 foi identificada em 37 atendimentos como causa do óbito, com outros 24 atendimentos identificando Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Em 2023, a Covid-19 foi registrada como causa do óbito em 85 atendimentos, sendo que no ano de 2021 o número chegou a 377 atendimentos, tendo a Covid-19 como causa do óbito.