Manaus – Nerosiane Desir, a vendedora ambulante que teve seus produtos confiscados pela Prefeitura de Manaus de forma violenta procurou na manhã deste sábado (15), o 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP) para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O). Acompanhada de dois advogados, a mulher afirma que nunca recebeu notificações da Prefeitura como afirmou o prefeito David Almeida (Avante).

(Foto: Montagem D24am / Reprodução @rolezinhoam e Redes Sociais)
Conforme vídeo compartilhado nas redes sociais, agentes do Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento (SEMACC), apreendem a mercadoria da mulher de maneira abrupta. O relato da apreensão foi registrado no B.O. Segundo o documento, a “abordagem foi desproporcional e truculenta”.
Ainda de acordo com Boletim os “agentes jogaram seu carrinho de frutas em uma caçamba de serviço da Prefeitura”. O que pôde também ser comprovado no vídeo divulgado amplamente nas redes sociais.
Segundo o prefeito, David Almeida “a mulher já havia sido notificada sobre a irregularidade de sua atividade no local, um espaço público onde o comércio ambulante é proibido por lei” e que “a vendedora persistiu na prática ilegal, desrespeitando as normas municipais e prejudicando a organização do espaço público”.
Sem falar a Língua Portuguesa, a vendedora relatou que nunca havia recebido qualquer notificação administrativa impedindo sua atividade e que os agentes não deram explicações sobre a apreensão.
Nas redes sociais, os advogados de Nerosiane pediram que a Prefeitura de Manaus apresente as notificações que foram enviadas à vendedora. Eles explicaram que Nerosiane Desir não fala português e tem dificuldades de se comunicar. Eles afirmam ainda que a mulher foi agredida e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
“Estamos aqui no IML com uma requisição da nossa cliente Nerosiane, que além de ser agredida de forma tão abrupta pelos fiscais da Prefeitura de Manaus, ela também sofreu lesão corporal e tá com dificuldade de andar”, disse o advogado.
“Vale ressaltar que possivelmente houve notificações, mas terão que ser apresentadas essas notificações por escrito. E, se houve alguma notificação verbal, esqueceram que ela não fala nosso idioma ela fala dialetos e que não entendeu. Está sem entender até esse momento, ela chegou a pensar que tinha cometido algum crime”, completou a advogada.
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Veja vídeo: Créditos @rolezinhoam