O Governo do Amazonas contratou o Hospital de campanha da Nilton Lins, mesmo sabendo que o Hospital Delphina Abel Aziz, referência para o tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, tinha como expandir cerca de 300 leitos para tratamentos de pacientes amazonenses. Esse questionamento foi o foco da deflagração da 4ª fase da Operação Sangria pela Polícia Federal.
Hospital
De acordo com a decisão do ministro Francisco Falcão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi instaurada apuração sobre possíveis ilegalidades a respeito do aluguel realizado pelo Governo do Amazonas para locação de hospital com o objetivo de “como local de apoio ao atendimento de pacientes cometidos de Covid-19”, ou seja, o Hospital Nilton Lins.
Aluguel
Por três meses de aluguel da estrutura do hospital de campanha Nilton Lins, o Governo do Amazonas desembolsou cerca de R$ 2,6 milhões. Mas, de acordo com o documento do STJ, o hospital Nilton Lins não dispunha da mesma estrutura de capacidade do Hospital Delphina Aziz, intitulado como hospital de campanha para o tratamento de pacientes infectados.
Irregularidades
Insistindo na contratação do Hospital Nilton Lins, o STJ identificou que “elementos apontam irregularidades para além da contratação do imóvel para a instalação do hospital de campanha, envolvendo os contratos realizados pelo Governo do Amazonas para viabilizar os serviços prestados ao hospital nos anos de 2020 e 2021”, consta na decisão.
Leitos
Esta coluna já denunciou sobre a quantidade de leitos disponíveis pelo Hospital Delfina Aziz e Hospital de Campanha da Nilton Lins. Durante investigações da CPI da Saúde, realizada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), constatamos que os leitos ofertados durante o pico da pandemia de Covid-19, poderiam ser maiores.
Oferta
Foi constatado pelas investigações que seria melhor ampliar os leitos do Hospital Delphina Aziz do que contratar um hospital de campanha. Em abril de 2020, durante o pico da pandemia no Amazonas, a ocupação de leitos no hospital referência para o tratamento da doença estava em 50,73%, ou seja, não precisaria gastar com a estrutura de um hospital de campanha. Mas, porque o Governo do Amazonas não conseguiu atender os amazonenses infectados nessa época?