Manaus – Um nome que chamou atenção na decisão que deflagrou a 2ª fase da Operação Sangria no Amazonas, foi o da deputada estadual Alessandra Campêlo, o Ministério Público Federal (MPF) levantou a suspeita “Por que depois de uma reunião com o alto escalão do governo, Alessandra assumiu a presidência do impeachment do governador e vice? Por que ela votou a favor do arquivamento do processo? E ainda, por que após o arquivamento o primo dela, Marcellus Campêlo assumiu a secretaria de saúde do Estado?”. São muitos questionamentos e grande partes deles, esta coluna já havia feito.
Operação Sangria
No pedido enviado pelo MPF, aceito pelo relator da Operação Sangria, ministro Francisco Falcão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), consta algumas conversas e momentos que liga cada um dos investigados, afim de colher provas para que as investigações que envolve diversos crimes tenha continuidade e sejam esclarecidas as “pontas soltas” que envolve a cúpula do governo do Amazonas.
Prova de fidelidade
Um dia antes do encontro citado pelo MPF, em 19 de maio, a deputada Alessandra entrou na Justiça Estadual com mandado de segurança contra o presidente da Assembleia Legislativa, Josué Neto, por atos que levaram à criação da CPI da Saúde. Alessandra, pediu a suspensão da instalação, designação dos membros e nomeação do presidente da CPI.
Papel da Alessandra
Na decisão do STJ, consta o registro de um encontro no dia 20 de maio, realizado entre a deputada e o alto escalão do governo e ainda os acontecimentos após essa reunião. “A deputada estadual Alessandra Campêlo que, posteriormente a essa reunião foi nomeada presidente da comissão de impeachment do Governador Wilson Lima e Vice Carlos Almeida. Por conseguinte, no dia 06/08/2020, o processo de impeachment foi arquivado pela Assembleia Legislativa, sendo que Alessandra foi uma das que votou pelo arquivamento”, diz.
Impeachment de Wilson Lima
Em uma jogada ensaiada e já esperada por muitos, a deputada Alessandra Campêlo foi eleita no dia 14 de julho como presidente do processo de impeachment do governador e vice. Para relator, foi eleito o deputado Dr. Gomes (PSC) outro parlamentar da base governista. Sem surpresa e já esperado pela população, o impeachment terminou em pizza.
Primo Campêlo
É de conhecimento de todos que a deputada Alessandra Campêlo indicou o primo para a secretaria de saúde, mas, a que custo? O Ministério Público Federal destacou o encontro de Alessandra em maio com a cúpula do governo. “Vale destacar que no mesmo mês do encontro, Marcellus Campêlo, primo da deputada estadual Alessandra Campêlo, foi nomeado para a secretária-executiva da pasta da saúde do Amazonas”, consta.
Acordo selado
No dia 6 de agosto, após relatório apresentado pelo Dr. Gomes, indicando o arquivamento do processo de impeachment do governador e vice, os deputados estaduais votaram a favor do fim do processo. Ao todo, 12 parlamentares seguiram a orientação da base governista e enterram a insatisfação da população amazonense que sofreu durante a pandemia de covid-19.