É o ano de 2022, você está de frente pra urna e enxerga uma dicotomia: Lula e Bolsonaro. Esquerda ou Direita. Nada contra apoiar um dos lados, desde que seja pelas suas propostas e pensamentos (e geralmente não é). Os eleitores estão mais furiosos do que nunca – com os políticos, com a corrupção, com o sistema. A maré ainda é de revolta e picuinhas. O Congresso e o Planalto parecem não trabalhar juntos para absolutamente nada, exceto pro que não interessa. E agora?
Essa realidade descreve não só o cenário local, mas o internacional. A democracia mais estável do mundo – a dos Estados Unidos – passou exatamente por isso e, veja só, ninguém tem uma resposta certa pra a pergunta. Nem eles. Falar da sociedade e acertar é, afinal de contas, tarefa difícil.
Na nossa sociedade, aliás, por exemplo, os números mostram que menos do que 0,3% das pessoas que votam no Brasil se envolveram diretamente nas eleições como candidatos. E olha que atingimos um número recorde: mais de 517 mil candidatos no Brasil em 2020. Como podemos ter tantos candidatos, mas tão pouca gente representada, não sei. Ou melhor, sei bem. Por isso me dirijo a você.
A máquina de mentiras trabalha a todo vapor para fazer você acreditar que a política é inacessível e que é a pior coisa que você poderia decidir se envolver. Mas será mesmo? Há algumas semanas, o Brasil se chocou com denúncias nacionais que mostraram uma manobra escusa aqui em Manaus para a aprovação de uma mudança que aumentou em mais de 83% uma verba desnecessária. A CEAP (o famoso cotão, oficialmente “Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar”) é utilizada de forma mais ou menos “descontrolada” por parlamentares no Brasil e justamente por isso é alvo de críticas. É o mesmo tipo de verba que já vimos vários e vários vereadores, deputados e senadores desviando. O mesmo tipo de verba que tanto criticam durante as eleições, mas tanto usam depois disso.
A maior mentira de todas, nesse caso, só poderia ser a de que ninguém pode fazer mais nada a não ser deixar de votar nos figurões batidos nas eleições. E a maior verdade, nesse caso, é que você pode começar a mudar isso agora mesmo. A sua participação é fundamental pra que isso seja revertido. Uma grande movimentação política deve ser feita já no início de 2022 contra o aumento dos privilégios; você é quem vai definir a proporção dessa movimentação e se nós vamos ter vitórias já no início do ano ou só lá na frente. Está preparado pra se manifestar?
*Mais jovem parlamentar eleito na história de Manaus, Amom Mandel é ativista social, político, filantropo e escreve como colunista para o D24AM em temas relacionados à educação política. Na coluna e nas redes sociais (@eusouamom no Instagram e Amom Mandel no Facebook), o autor se coloca à disposição para apoiar manifestações e esclarecer pontos sobre os direitos e deveres de cada cidadão.