Inovação e empreendedorismo: a tendência se tornou urgência

O que vai garantir a sobrevivência da empresa é a criação de um fluxo constante de mudanças, eficiente, organizado e planejado

A inovação sempre foi uma mola propulsora no mundo dos negócios, mas, nos últimos 10 ou 20 anos, tornou-se pilar de praticamente todas as empresas de sucesso global.

Desde as startups “unicórnio” até os negócios de setores mais tradicionais que se reinventaram ou foram abertos tendo clareza sobre a “transformação digital” pela qual passavam a sociedade e os mercados.

E essa onda tem aquele efeito “ressonância”, que logo chega em todos nas suas respectivas cadeias. Daí a necessidade tão gritante de se inovar nos negócios, concorrente com o despreparo de muitos empresários. Tomemos como exemplo o que aconteceu na pandemia. Basicamente 99% dos empreendedores sofreram e tiveram prejuízos, haja vista um fator externo tão grave, inesperado e de tanta proporção.

Mas não podemos deixar de registrar que, aqueles mais preparados, com mais fluência tecnológica, com um relacionamento com seus clientes mais consistente e capazes de se movimentar com mais agilidade, o que é uma das bases da inovação, sofreram menos, ampliaram suas chances de passar pela catástrofe e conseguirão se reposicionar mais rapidamente.

Há muitas empresas digitalmente eficientes, com uma cultura e um propósito que permitem que inovações sejam tentadas cotidianamente. Há um outro bom contingente de empresas em transformação, com habilidades em construção e uma disposição genuína de tentar melhorar.

Mas há milhões de empreendedores que apresentam um despreparo preocupante, criando suas empresas com data de validade praticamente vencida e grandes candidatas a engrossar as estatísticas de fechamento de empresas em 2 a 5 anos após sua abertura.

A inovação no dia a dia de uma empresa “tradicional”, dessas que vemos em todos os lugares e as quais frequentamos no nosso dia a dia passa por dois focos. Primeiro, são as melhorias, digitais ou não, geralmente construídas sem um planejamento estratégico e prescindindo do fortalecimento da cultura na empresa. É aquele ímpeto, algumas capacitações e insights que sempre chegam no dia a dia e são implantados com base numa boa vontade e mínimo de clareza dos líderes.

Mas o que vai garantir mesmo que essa empresa tenha capacidade de crescer, se adaptar ao mercado, ser resiliente e diferenciada é a criação de um fluxo constante de mudanças, eficiente, organizado e planejado.

Desde a cultura da empresa, o que se traduz na forma como as pessoas se organizam, agem e raciocinam, passamos pelo uso de tecnologias que habilitam a ampliam fatores de competitividade até os processos internos que organizam e ampliam o potencial desses fatores.

É fundamental definir o que faz parte, ou não, dos valores da empresa e definir quais os comportamentos que se quer das pessoas para inovar, primando pela agilidade e o foco nos problemas dos seu nicho de clientes.

Daí entra a tecnologia como algo inerente ao dia a dia da empresa e não no início das coisas, como muitos fazem erroneamente.

Afinal inovação se faz centralmente com pessoas. A tecnologia só facilita e amplia as possibilidades.

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*É assessor da presidência no Sebrae Nacional, onde exerceu as funções de senior business analyst no Núcleo de Novos Negócios Digitais, além de atuar por quase 10 anos como gerente nacional de atendimento setorial, desenvolvimento territorial e políticas públicas na instituição, coordenando projetos e programas nacionais como fomento às startups, negócios de impacto social, destinos turísticos inteligentes e smart cities. Também edita o site www.trendstalks.com.br.