Concluí meu giro pelas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste em campanha pelas prévias do PSDB levantando a bandeira de defesa da Amazônia, um grito pela salvaguarda de nossa soberania mas, acima de tudo, pela proteção da nossa maior riqueza, a biodiversidade amazônica e a necessidade urgente, urgentíssima, de traçarmos e colocarmos em prática um Programa Nacional de Uso Sustentável dos Recursos Naturais da Amazônia, com ampla aceitação do mercado internacional, seja pela indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia, seja pelos serviços que prestamos ao meio ambiente e ao equilíbrio do planeta.
São muitas as razões para comprarmos essa ideia e nos mobilizarmos em torno dessa campanha: A Amazônia é nossa! E é nossa para cuidarmos, defendermos e usufruirmos. É ela a nossa última fronteira de desenvolvimento para o país, é o cartão de boa conduta junto às comunidades internacionais e é a nossa possibilidade de legar um planeta habitável para a humanidade. Estou feliz com a aceitação. Quando falo isso para as pessoas, elas vibram, ficam em êxtase.
Essa campanha já pegou e vai dar certo, como deu certo a campanha “O Petróleo é nosso”, que movimentou o Brasil a partir do final da segunda guerra mundial, tendo à frente diversas figuras de peso, como o meu pai, o senador Arthur Virgílio Filho. Foi um movimento nacionalista? Sim. Mas eles entendiam como de vital importância que a independência econômica viesse junto com a independência política que chegava pelos movimentos democráticos. O movimento ganhou as ruas, foi para o Congresso e, dois anos depois, foi criada a Petrobrás e a Lei do Petróleo foi aprovada.
Precisamos disso, mobilizar a nação, mostrar que sem Amazônia não haverá Brasil no futuro, que seremos um país apequenado e sob risco de intervenção internacional, de perdermos nossa soberania sobre a floresta amazônica, porque o país não cumpre seus acordos de redução do impacto ambiental, de manter a floresta em pé e o equilíbrio do planeta, com a redução do aquecimento global. Pior, enfraquece os órgãos de controle e fiscalização, estimula atividades criminosas como o garimpo, a exploração ilegal de madeira, a grilagem e a invasão de terras indígenas. É preciso parar com essa devastação!
Por que não usarmos as riquezas da Amazônia e suas potencialidades econômicas internacionais para nos tornarmos, aí sim, um gigante da economia, uma megapotência mundial? É preciso planejar, investir em ciência e tecnologia, identificar mercados, atrair investimentos nacionais e estrangeiros, unir o conhecimento científico com o dos povos tradicionais e, acima de tudo, manter a floresta em pé.
Fiquei muito feliz com a receptividade que tive em todos os estados por onde passei. Encontrei pessoas maravilhosas do meu partido e de fora dele. E tenho certeza que falei o que elas queriam ouvir, senti a alegria e o carinho na recepção e nos questionamentos que me faziam.
Falei muito de Amazônia, sim. Mas falei também do compromisso fundamental do PSDB com a democracia, acima de tudo, com a recuperação econômica do país, com a necessidade de voltar a dar esperanças ao povo, de um país livre, democrático, saudável e com expectativas e esperanças para seu povo.
Com as prévias, o PSDB, se apresenta como uma forte via que pode e deve ser a alternativa para reestruturar o país. O partido agora precisa se reafirmar como opção de poder, retomar com muita força sua trajetória na história do Brasil, como o autor das maiores e mais significativas mudanças nos campos econômico, político e social, liquidando a hiperinflação, fazendo a primeira geração de reformas estruturais e reforçando as suas ideias-base, suas ideias-força.
A campanha das prévias enche meu corpo de adrenalina boa, reaviva ainda mais minha vontade e capacidade de luta. Em breve estaremos no Norte. Faltam menos de 30 dias para a eleição das prévias e eu estou na luta. Como dizem no jargão do futebol: estou na área, se derrubar é pênalti.
* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR). Foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.