Chegamos na reta final da campanha pelas eleições primárias do PSDB. Daqui a exatamente uma semana, os filiados do partido que se cadastraram no sistema eleitoral poderão escolher, entre três candidatos, quem eles querem que os represente na disputa eleitoral de 2022 para a presidência da República. Lamentavelmente, será algo em torno de 2% dos filiados que estarão aptos a votar. Mas, tenho a convicção de que 30 mil pessoas fazendo suas escolhas dão muito mais credibilidade e legitimidade ao resultado que um punhado de caciques ou algumas dezenas de delegados falando por todos. As prévias do PSDB representam um momento único, de vanguarda na política brasileira. É óbvio que precisamos aprimorar o processo, mas estamos um passo à frente dos outros partidos.
Tenho sabores diversos nessa caminhada. Um sabor doce de vitória, carinho e compreensão, que obtive em todas as cidades em que fui e, com a certeza, de que minhas mensagens foram compreendidas; um sabor de inconformismo, por saber que, por ser do Amazonas, um Estado politicamente frágil, alguns tratam minha candidatura como algo estranho, com um indisfarçável preconceito; sabor de indignação, por confirmar o muito que está sendo feito para desmantelar este país, levando milhões de pessoas ao desemprego, à fome, à miséria. Mas, acima de tudo, um sabor de esperança, de confiança de que podemos resgatar a economia e a confiança da população em dias melhores.
Mais do que nunca, é preciso falar para o Brasil. Dizer que é necessário parar, de imediato, o desmanche que está sendo feito na economia, na saúde, na educação, no meio ambiente e nas políticas sociais. E para isso é necessário, primeiro e antes de tudo, reinserir em cena o tripé da economia que garantiu o sucesso do Plano Real: responsabilidade fiscal, controle da inflação com metas e o câmbio flutuante. Sem isso não é possível fazer nada. Depois, é imprescindível investir em geração de emprego e renda, atraindo investimentos privatizados e públicos para as obras de infraestrutura, dentro e fora das áreas urbanas, colocar em prática os programas de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, possibilitando a inserção do Brasil em uma economia de produtos verdes, estimada em trilhões no mercado mundial, e no Plano de Desenvolvimento do Nordeste, oportunizando seus produtos culturais, turísticos e outros segmentos.
É preciso investir em educação, que é a chave para que possamos sair desse imbróglio. Investir em saúde pública, em programas sociais voltados para os mais pobres, mas com data de saída, onde possamos investir nas pessoas e promover a autonomia e emancipação delas. Precisamos governar com os olhos bem direcionados para as mulheres, negros, povos indígenas, LGBTQIA+, enfim, todos os que mais precisam.
Quem for o próximo governante do país vai encontrar uma terra arrasada, resultado de um total desgoverno que não precisa de impeachment e sim de uma interdição. É um governo que não tem programa e atrai pela fisiologia. É lamentável ver parlamentares aderindo ao fisiologismo, vendendo suas consciências.
Durante essa campanha das prévias estive viajando pelo Brasil. Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste, Norte. Fui muito bem recebido e sou muito grato. Tenho consciência de que, se não votarem em mim, votarão nas causas que defendo, na democracia e no fortalecimento e ressignificação do PSDB no cenário político nacional.
Vou continuar minha cruzada, de fé, de amor ao Brasil e aos brasileiros, de amor à Amazônia. Ficarei feliz com a votação que tiver e estarei com o PSDB, seja qual for o resultado, para construirmos uma candidatura possível de trazer nossa nação de volta a uma história pujante de riquezas e aspirações nacionais e mundiais. Estou convencido de que o Brasil precisa de um governante que conheça realmente a Amazônia e que tenha experiência efetiva de governar, qualidades que reúno. Coloco-me à disposição do meu partido e do meu país, sempre!
* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR). Foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.