‘Guerra Tarifária Global’: o legado Trump e a fragilidade econômica EUA-China

A economista Susan Collins, presidente do FED (Federal Reserve Bank) do seu Estado, se mostra otimista e crente na reestabilizaçao da economia

Em que pese o clima hostil entre China e EUA, até o presente, registra Trump iniciando o jogo bruto da ameaça de  chegarmos a uma guerra tarifária global e tem significado um dólar fragilizado e a economia dos EUA a caminho de  nova recessão. A economista Susan Collins, presidente do FED (Federal Reserve Bank) do seu Estado, acredita que, a  esta altura de tantas imprevidências, ainda assim ela se mostra otimista e crente na reestabilizaçao da economia.

Sinceramente, percebo forte equívoco na declaração de Susan Collins. Claro que Mrs. Collins chamou atenção para a  iminente desaceleração da economia do seu país. Mais:,Susan Collins evidenciou receio em forte inflação a ser gerada pelo tarifaço de Trump e a repercussão negativa em cerca de uma centena de nações que seriam, ou serão,  prejudicadas pelo tarifaço que ameaça forçar uma reação protecionista de contra-retaliaçao muito prejudicial aos  EUA.

As bolsas de grande parte do mundo tem operado em baixa. Na poderosa União Européia, a reação aos EUA é forte.  Inclusive ontem, 11 de abril, houve um início de diálogo entre a UE e a China. Ora, Trump não percebe que  tradicionais aliados do seu país estão bastante agastados com o erro, evidentemente corrigível se ele acordar. Se é  assim, o presidente norte – americano tem grandes possibilidades de recuperar seu prestígio junto aos países  discordantes do negativamente surpreendente tarifaço.

Reconhecer o erro é sinal de respeito pelas nações inconformadas. Teimosia não é qualidade, e sim defeito, de  governantes açodados. Até o momento, a China está vencendo a luta. Os EUA, maior potência dentre todas, mostram falta de senso político e excessiva expisiçao a um risco que nem deveria ter existido.

Torço pelo retorno à realidade, no lugar desse tropeço infanto-juvenil. A China já entrou no Amazonas, pelo  município Presidente Figueiredo, rico em estanho, nióbio e, sobretudo, urânio, que é o principal insumo para a  confecção de bombas atômicas. O governo Lula nunca poderia ter celebrado esse acordo, com cara de fúnebre,  abrindo a Amazônia para a China. Imperdoável esse gesto péssimo do governo central brasileiro!

Espero uma reviravolta decidida de Donald Trump. Em nome do bom senso, do equilíbrio e da luta pela paz mundial!

* Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.