O Partido da Social Democracia Brasileira cumpriu a primeira fase da histórica e vanguardista decisão de promover prévias partidárias para a escolha do nome que o representará nas eleições presidenciais de 2022. Um momento particularmente feliz para o Amazonas e para mim, que oficializei meu nome como um dos quatro líderes nacionais que entrarão na luta. O PSDB faz história agora, como fez quando derrotou a hiperinflação, implantou a Lei de Responsabilidade Fiscal, promoveu toda uma geração de reformas estruturais, equilibrou as finanças caóticas que encontrou, ofereceu a nação, que não tinha moeda séria, adotando cuidadosa e competentemente o Real, que também veio para ficar e gerar estabilidade econômica, devolvendo ao povo a autoestima que o populismo e a incompetência haviam surrupiado dos brasileiros.
Imediatamente, após confirmar minha inscrição, comecei a apresentar uma ousada plataforma de governo que pretendo defender nessa caminhada dura e desigual, que servirá para esclarecer os brasileiros sobre questões estratégicas que, imemorialmente, têm sido negligenciadas. O pontapé inicial foi em São Paulo, onde participei de reunião com a Secretaria de Relações Exteriores do Estado, abrindo densa discussão sobre a importância da Amazônia, da floresta em pé, da proteção aos “rios voadores” que banham de chuvas e generosidade grande parte do Brasil, além de Argentina e Uruguai. Falei da relevância dos nossos grandiosos rios, cheios de uma água doce, potável e de fácil extração, que tanta falta começa a fazer quase que ao mundo inteiro. Falei do banco genético mais rico do planeta que, se explorado com cuidado científico e o auxílio dos nossos índios e caboclos, representará a prosperidade do Amazonas, da Amazônia e do Brasil. Chega de conspirações contra o futuro da região mais estratégica do Brasil, essencial para o equilíbrio climático do planeta. Falei de recompor o prestígio da diplomacia brasileira, antes muito admirada e hoje tão depreciada.
Depois, fui a Brasília, reunir-me com o senador Tasso Jereissati colocando as mesmas pautas e, em breve, estarei com o governador Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul. É um exercício de democracia e respeito que jamais deixarei de exercer. Meu objetivo nessas prévias presidenciais é dar um recado forte e definitivo em defesa da Amazônia e de um povo que, cercado de tantas riquezas, não pode ser pobre e nem amesquinhado por quem quer que seja.
Desmontarei o mito de que a Zona Franca de Manaus desserviria ao país, quando a verdade aponta que é ela a sustentar 95% da cobertura florestal original do Amazonas. Sem ela, desaparece a floresta, emagrecem os rios, a biodiversidade é destruída e desperdiçada. O preconceito contra a ZFM é fruto do desconhecimento de milhões de brasileiros. Quero ir aos corações e mentes desses patrícios, ainda alienados, e de empresário de visão mesquinha.
Aprecio o poderoso agronegócio brasileiro, superior ao da França e fazendo jogo duro com o dos EUA. Pergunto: derrubada a floresta e reduzindo os grandes rios a igarapés, como o agronegócio nacional sobreviveria? Sem água? Nunca, amigas e amigos! Tudo, neste país, depende da nossa região e ponto final. Mesmo se eu não fosse amazonense, jamais seria ignorante em relação ao Amazonas, assim como não sou no tocante aos dramas e às possibilidades do Nordeste. Considero uma cafonice infinita alguém desejar ser presidente da República e não entender de Amazônia, desconhecer seu potencial econômico trilionário.
Acorda Brasil!
*Diplomata, é diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do CPJUR – Centro Preparatório Jurídico, foi deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, Conselheiro da República, ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos, três vezes prefeito da capital da Amazônia.