Manaus – Parece assistir alguma razão a quem suspeita de que o caso Dantas possa ter sido usado para derrubar politicamente o ex-secretário da Seduc, Luiz Castro, embora as análises não se ofereçam para indicar a quem interessa ou a quem tal manobra possa beneficiar.
Nem é de se duvidar, pois, dadas as circunstâncias inusitadas que envolvem as idas e vindas do caso, os ditos e os desmentidos do empresário-delator, além da intimidade com que ele desfruta do poder, que tudo não tenha mesmo passado de um conluio engendrado nos porões do palácio da Compensa.
Há razão, sim, e ela cheira a lance de oportunismo político onde alguém, de maior poder hierárquico, apenas se aproveitou do momento recheado de inúmeras denúncias de corrupção envolvendo aquela secretaria para se livrar do ex- secretário e aliado, como se apenas nela existissem graves problemas de gestão.
Certo mesmo, há de se admitir, é que, apesar da troca de secretário, as causas persistem na Seduc, a empresa Dantas continua o seu trabalho sujo, e tudo ocorre como se nada houvesse de podre naquela pasta. E isso, apesar de todas as denúncias feitas por mim aos órgãos competentes, e mesmo após elas terem sido confirmadas pelo próprio delator ao procurador do TCE, pai do vice-governador do Estado.
E se há o óbvio silêncio daqueles que nada desejam esclarecer, também não há como ignorar-se a persistência com que a oposição diuturnamente tem se dedicado a cobrar dos Ministérios Públicos, estadual e federal, e do Tribunal de Contas do Estado, as providências que o caso exige.
Menos ainda pode se prestar o silêncio cumplicioso de alguns, para se tentar minimizar as robustas provas de corrupção que envolvem os serviços de transporte contratados pela Seduc jogando a todos na vala comum da generalização de um crime reprovável, e pela qual não se faz a devida, justa e indispensável distinção entre os que lucram com as fraudes e aqueles que as combatem.
*Deputado Estadual (Progressistas)