Manaus – De uma só tacada, o governo paralelo do Amazonas instalado na Casa Civil, em mais um ato de boçalidade recheado de ilegalidade, ordenou a exoneração de 113 servidores lotados na Sepror, Idam e Adaf, órgãos que compõem o setor primário do Estado.
A medida extrema, filha da incompetência, da soberba e da estupidez, aterrissou em forma de ‘Lista do Capeta’ nesses órgãos, causando terror, comoção e desespero entre os servidores, às vésperas do Natal. Tudo feito no pior estilo do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, de supetão, atropelando a lei e sequer considerando a posição do titular daquela secretaria, Petrúcio Júnior, que, dizem, também foi surpreendido pela decisão.
Os exonerados são todos profissionais contratados pela AADES, empresa terceirizada que supre a ausência de pessoal concursado do Estado, fornecendo recursos humanos especializados nas mais diversas áreas técnicas das ciências agrárias – engenheiros agrônomos, florestais, pesca, e afins – e que são os verdadeiros responsáveis pela operacionalização do sistema Sepror.
Já se admite que a brusca e desproporcional mudança, cujo único objetivo foi afastar servidores providos nesses cargos em governos anteriores, por puro ranço político, deverá paralisar alguns setores fundamentais do sistema, como a Secretaria da Pesca, a Sepa, por exemplo, que restará totalmente desidratada, ferida de morte.
Importante saber, para entender o tamanho do golpe no setor, é que os servidores substituídos, apesar de não concursados, foram todos submetidos ao crivo de processos seletivos que incluíram, nos termos da lei, análise curricular, formação acadêmica e experiência profissional. E agora estão sendo trocados, de uma só vez, por outros que compõem uma lista elaborada nos porões podres da Casa Civil, que burla princípios básicos da administração pública, sem qualquer critério técnico, e tudo ocorrendo sob o beneplácito e as bençãos do governador de enfeite Wilson Lima.
Atento aos desmandos, e já de posse da ‘Lista do Demônio’, antecipo que buscarei junto ao Ministério Público estadual, pelos meios legais, o respeito às normas que tratam do provimento desses cargos, que são de natureza técnica e exigem processos seletivos transparentes e previstos na forma da lei.
*Deputado estadual (Progressistas)