Manaus – Em um cenário em que dos 26 Estados da federação, 16 apresentaram piora nas contas públicas ou mantiveram a situação estagnada nos números de 2018, o Amazonas é destaque ao assumir o 1° lugar no conceito de solidez fiscal, conforme dados publicados no jornal ‘Estadão’, do dia 18 de outubro de 2019.
A notícia que parece boa, revela coisa pior. É que o conceito, deveria servir para definir a capacidade de o governo administrar as contas públicas. Porém, o bom resultado divulgado não é de boa gestão ou de controle das despesas públicas correntes, mas sim de uma arrecadação extra de R$ 2,5 bilhões, valor de 14% superior ao orçamento estimado para 2019, resultado da recuperação no faturamento das empresas do Polo Industrial de Manaus.
De qualquer forma, os indicadores reforçam a constatação de que o governo estadual, ao contrário do que Wilson Lima sente prazer em mentir, goza sim de situação privilegiada nas contas públicas e que isso deveria significar redução no endividamento, aumento da capacidade de investimento e melhora no oferecimento de serviços públicos.
Contrariando a tese, tudo que se vê no Amazonas é situação oposta, segundo a qual o governo, apesar dos mais de R$ 2 bilhões extras entrando nos cofres, sem controle das despesas, sequer conseguiu ainda honrar o pagamento do 13° salário dos servidores públicos e dos salários para dezembro deste ano.
Uma tragédia, cujo enredo inclui um governo incompetente, má gestão dos recursos, dispensas de licitação, descontrole dos gastos, com a consequente deterioração dos investimentos e dos serviços públicos, sobretudo no setor da saúde, onde se presencia diariamente o povo agonizando nos corredores dos hospitais.
Portanto, sem obras novas, sem qualquer transparência nos gastos que justifiquem o tamanho da crise financeira instalada na Compensa. O governo, em um arroubo de zelo e decência, se tivesse, poderia indicar o caminho tomado pelo dinheiro do contribuinte do Amazonas. Onde está o dinheiro, governador?
*Deputado estadual (Progressistas)