Manaus – Há algumas décadas, as minorias lutavam para ter voz nas decisões políticas do país. Apenas em 1932 esse direito foi concedido às mulheres e em 1985, de forma definitiva, aos analfabetos. Através do voto, o cidadão pode, a partir dos 16 anos, escolher o representante que considera apto a tomar decisões em prol da população.
O direito universal ao voto foi duramente conquistado, portanto a população deve exercê-lo de forma consciente, pensando não nos benefícios pessoais que a vitória de um candidato pode acarretar, mas no bem-estar da coletividade. Para isso, a Justiça Eleitoral deve, por meio de propagandas, conscientizar as pessoas da importância do seu voto e da mudança que esse pode trazer, além de mostrar as ferramentas disponíveis para acompanhar o trabalho dos políticos, como o Portal da Transparência, onde são encontradas informações como gastos públicos e recebimentos de verbas. A família deve ensinar a importância da honestidade e do pensamento coletivo, o melhor jeito para fazê-lo é por meio de exemplos, praticando o voto consciente.
O primeiro passo para o voto consciente é conhecer os candidatos: o que já fizeram pela população, qual sua experiência política, seu plano de governo e principais interesses do partido ao qual filiou-se. Assim, o eleitor escolhe dar seu voto ao participante que tem prioridades em comum e posicionamentos semelhantes.
Contudo, a participação dos cidadãos não deve acabar na urna. É fundamental que continue participando da política ao acompanhar o mandato do candidato eleito, mesmo que esse não seja para quem tenha dado seu voto. Mandar “e-mails” tirando dúvidas e mandando sugestões é um bom jeito de direcionar os eleitos para as necessidades públicas mais urgentes, para isso é importante que se saiba quais as obrigações do representante de cada poder. Por exemplo, as universidades federais são de responsabilidade do Governo Federal, portanto os representantes do estado não têm obrigações com a mesma.
É muito importante e necessário ter consciência de para quem se está dando a sua aprovação, o seu voto. Votar conscientemente é votar tendo conhecimento de informações adequadas que possibilitem a compreensão de quem é e o que pretende determinado candidato, muitas vezes essa medida não é tomada nas épocas de eleições, as pessoas geralmente adquirem essas informações conversando com cidadãos não confiáveis que podem transmitir a informação errada sobre o político, ao invés de assistirem aos jornais e à fontes de informações legítimas e oficiais.
Então é preciso saber algumas coisas que possibilitem a compreensão da proposta e que façam com que o eleitor escolha a pessoa certa e fique sem um peso na consciência após a votação, informação que apontem ao eleitor que o votado é quem está mais apto a atender às demandas da população, como por exemplo, se aquele é um candidato corrupto, interessado apenas no que ele pode ganhar para si com a política. É necessário saber o passado de cada candidato para uma boa escolha.
O Tribunal Superior Eleitoral mantém um site com diversas informações sobre os candidatos durante as eleições, então se pode ter acesso a essas informações fácil e rapidamente. Mas tem pessoas que negam a opção de votar conscientemente e vendem seu voto, ao fazer isso, o cidadão já elege uma pessoa que se utilizou de métodos imorais para chegar a um mandato político e ainda por cima está praticando um crime e ainda pode ser preso.
O Brasil que queremos e sonhamos para nós e nossos filhos passa pela salvaguarda da escolha consciente dos nossos governantes que, esperamos nós, sejam íntegros, capazes e motivados em prol da coletividade e que governem não somente para um determinado grupo “X” ou “Y”, mas para todos, mesmo para os que não votaram nele, pois a democracia é isso: a escolha da maioria absoluta para governar sobre todos sem distinção alguma, mas esse ideário só se fará possível se votarmos com o coração e a consciência tranquila de termos feito a nossa parte nessa linda festa da democracia.
*Professor especialista em planejamento estratégico e análise de ambientes e negócios digitais