A campanha Junho Violeta começou e serve como conscientização a uma doença que pode levar à perda da visão, o ceratocone. Segundo o Ministério da Saúde, a doença é uma das principais causas responsáveis pelos transplantes de córnea realizados no Brasil.
Segundo Swammy Mitozo, médico oftalmologista, o ceratocone pode ocorrer em um olho ou nos dois e tem como principal característica a distrofia contínua e progressiva que afeta a estrutura da córnea, provocando afinamento central ou paracentral, fazendo a estrutura ficar com um formato parecido ao de um cone.
Conforme o Ministério da Saúde, os jovens são os mais atingidos e a doença costuma aparecer entre os 13 e 18 anos de idade, progredindo por cerca de oito anos.
Ainda segundo Swammy, a causa é multifatorial, ela é uma doença congênita que acomete entre 0,5% e 3% da população mundial. “O ceratocone está intimamente ligado ao hábito de coçar os olhos.Precisamos alertar a sociedade sobre o esse péssimo hábito”, ressaltou o oftalmologista.
Além da orientação de não coçar os olhos, é importante tratar a coceira, seja ela provocada por alergia ocular ou pelo olho seco, evitando que o quadro do paciente se agrave.
A doença tem diferentes fases e o tratamento consiste em procedimentos diferentes.”Cada caso é um caso. Na primeira fase, ela não apresenta sintomas e é identificado por meio de exames complementares. A visão pode ser corrigida com o uso de óculos. Na fase moderada,a indicação é de fazer implante de anel intracorneano, ou o crosslinking, para interromper a progressão da doença. Já a perda de visão acontece em fases mais avançadas da doença, levando ao transplante de córnea”.
Conforme os dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia a doença atinge, anualmente, cerca de 150 mil pessoas no Brasil. A campanha Junho Violeta envolve as sociedades médicas e o CBO para levar informações sobre o ceratocone à população, alertando sobre como preveni-la.
“Por isso pe importante que a qualquer coceira e sinal de problemas na visão, busque um profissional de oftalmologia. Pois já deve alertar os pacientes e familiares sobre o cuidado necessário com os olhos e sobre a relevância de evitar coçá-los. Essa é uma questão essencial e de vida”, conclui Swammy.
*Médico oftalmologista. Tem formação em Oftalmogeriatria, com especialização em Gerontologia e Saúde do Idoso. Atua como diretor clínico na Policlínica Codajás, é coordenador do ambulatório de oftalmologia na FUnATI (Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade ) e cursa mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas pela Fundação de Medicina Tropical (UEA/FMT – HVD)