Após admitir recompra de Rolex , ex-advogado de Bolsonaro é alvo da PF

Frederick Wassef informou que foi aos EUA recomprar um Rolex vendido ilegalmente no país

São Paulo – A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o advogado Frederick Wassef, que atuava na defesa de Jair Bolsonaro quando ele era presidente. Os agentes apreenderam o celular de Wassef no fim da noite dessa quarta-feira (16) em um restaurante em São Paulo. A ação ocorreu um dia após Wassef ter admitido que foi aos Estados Unidos recomprar um relógio Rolex vendido ilegalmente no país.

(Foto: Divulgação/EBC)

O advogado foi um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da PF na última sexta-feira (11). Além de Wassef, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, são investigados. O rosto do general é visto no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas recebidas como presentes oficiais.

As investigações mostram que, para recuperar o relógio, foi necessário desembolsar um valor superior ao da venda.

A apreensão do telefone foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre o desvio e venda de presentes diplomáticos no governo Jair Bolsonaro, mas não havia sido cumprida. Isso porque o advogado não foi localizado na operação realizada pela PF na sexta-feira (11).

Em um primeiro momento, Wassef negou ter participado do que os investigadores chamam de “operação resgate”. Em coletiva de imprensa nesta semana, ele mudou a versão e admitiu ter comprado o relógio de volta, mas negou ter agido a pedido de Bolsonaro. “Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos”, afirmou em entrevista.