Atos golpistas: preso coronel da PM que comandava operações de segurança da Esplanada

O coronel era ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

Brasília – O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Jorge Eduardo Naime foi preso pela Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (7), durante a 5ª fase da Operação Lesa Pátria, em Vicente Pires. A área então chefiada por ele era responsável pelo planejamento das operações da corporação no dia 8 de janeiro, quando vândalos destruíram as sedes dos Poderes.

Jorge Eduardo Naime foi exonerado do cargo no dia 10 de janeiro (Foto: Divulgação/PM-DF)

Nesta quinta fase, estão sendo cumpridos, no Distrito Federal, três mandados de prisão temporária, um mandado de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Até segunda-feira (6), a PF cumpriu 16 mandados de prisão preventiva; e 31 mandados de busca e apreensão.

Os atos golpistas no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF foram invadidos por “indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições”, conforme nota da PF.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz PF.

Perfil

O coronel Jorge Eduardo Naime possui graduação em direito pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal (2000) e graduação em bacharelado em segurança pública pela Academia de Polícia Militar de Brasília (1993), é especialista em Segurança Pública pela Universidade Federal da Paraíba (2009) e em Direitos Humanos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. Ele também é pós-graduado em Direito Administrativo e especialista em Gestão Pública pela UNIS.

Naime assumiu a chefia do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) após 28 anos na corporação. Ele foi exonerado do cargo no dia 10 de janeiro, após o interventor Ricardo Cappelli assumir a responsabilidade de restabelecer a ordem na capital federal.

Denúncias

A PF abriu um canal de denúncias para identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram  atos golpistas. As denúncias podem ser enviadas para o e-mail [email protected]

O Ministério da Justiça contabiliza mais de 107 mil e-mails com denúncias sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. De acordo com a Secretaria de Acesso à Justiça do ministério, das mais de 107 mil mensagens foram analisadas 102.407 enviadas por 27.457 denunciantes.

Nos e-mails, há nomes de suspeitos de participar, organizar e financiar os ataques. Autoridades, como deputados, governadores, prefeitos e vereadores, que teriam convocado os atos foram mencionadas em mais de 7 mil mensagens.

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