São Paulo — A defesa de Maicol Sales dos Santos, 27, que confessou ter matado a jovem Vitória Regina de Souza, 17, pediu um habeas corpus à Justiça para que o cliente responda pelo assassinato em liberdade. A adolescente foi encontrada morta em uma área de mata de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. As informações são do site metrópoles.

(Foto: Reprodução/ Instagram)
No pedido, a defesa argumentou pontos que considerou mentirosos nos depoimentos de outros investigados no caso. Um deles é o fato de Gustavo Vinícius — ex-namorado da jovem — ter dito que não via a vítima há meses, sendo que, por meio de rastreios telefônicos, a polícia teria apontado a presença do mesmo próximo da vítima.
Além disso, a defesa reforça que Maicol se apresentou espontaneamente à delegacia e ofereceu seu veículo para ser periciado três vezes, conduta que segundo os advogados, não foi levada em consideração pelas autoridades que estão à frente do caso.
Segundo os advogados, Maicol possui residência fixa, emprego e é réu primário. Eles argumentam ainda que nenhuma das testemunhas citaram algum tipo de ameaça por parte do investigado e que ele só foi considerado “um suspeito, pois, algumas testemunhas, após verem os noticiários, começaram a elucubrar sobre o ocorrido, sendo certo que, em todas as oportunidades em que alguém aponta o investigado, consta, parafraseando, ‘após ver os noticiários, imaginei’”.
Por essas argumentações, a defesa acredita que a prisão de Maicol é dispensável. O juiz João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, foi designado como relator da solicitação. O caso tramita em segredo de Justiça e caráter de urgência para análise do pedido.
Suspeito confessa o crime
Maicol Sales dos Santos, 27, confessou nesta segunda-feira (17), em depoimento à polícia, que matou a jovem Vitória Regina de Souza.
“Ontem (17) à noite, ele quis confessar o crime. A confissão foi tomada pelo doutor Fabio. Ele dá a confissão e fica muito claro que ele era obcecado pela vítima. [Além de fotos de Vitória], encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência da jovem, a mesma aparência física. A polícia tentou identificar todas essas pessoas para ver se tinha algum B.O. [Boletim de Ocorrência]. Mas nada tinha acontecido com elas”, afirmou nesta terça-feira (18), o delegado Luiz Carlos do Carmo em coletiva de imprensa.
Segundo as autoridades, Maicol é um psicopata e, por isso, teria agido sozinho na ação criminosa. “Uma pessoa dessa [com o perfil psicológico de Maicol] não consegue trabalhar com outro psicopata”. O delegado Luiz Carlos do Carmo ainda cita a literatura da psicopatologia para dizer que somente o suspeito poderia ter praticado o crime.
“Ele é um psicopata. Um psicopata. Ele não comenta, não fala sobre o que aconteceu depois”.
Em nota veiculada ainda na manhã desta terça, os advogados de Maicol negaram a confissão do cliente, tentando desmentir a versão policial. O suspeito está preso desde o último dia 8 de março.
Sobre o crime
Vitória desapareceu na noite de 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho em Cajamar, na Grande São Paulo. Seu corpo foi encontrado em uma área rural da cidade no dia 5 de março, em estado avançado de decomposição e com o cabelo raspado.