Brasília – O cantor gospel Salomão Vieira, denunciado por ser um dos articuladores dos atos extremistas do 8 de Janeiro, continua foragido no Paraguai depois que conseguiu escapar de uma operação da Polícia Federal com autoridades paraguaias que prendeu outras três pessoas na quinta-feira (14). O cantor apresentou um atestado para não comparecer a um chamado do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Nas redes sociais, Vieira fez uma aparição e afirmou que ele e os presos foram “traídos”, que não sabe o que vai fazer, nem para onde irá e que “o Paraguai não é seguro”.
(Foto: Reprodução Instagram @salomao.vieiraoficial)
No vídeo, Vieira narra que foi chamado à sede do Conare para atualizar dados cadastrais do pedido de refúgio. “Achei estranho”, comentou. “Eu estava muito doente, com dor de dente , peguei um atestado e não fui. Um advogado foi me representar”, continuou.
Por não ter comparecido, segundo o cantor, uma representante do comitê teria ligado para ele informando que mandaria dois oficiais do governo à casa dele para pegar a assinatura. “Foi quando chegou a notícia confirmada [da prisão]”.
Na ocasião, o blogueiro Wellington Macedo foi preso. Ele foi condenado por participar de tentativa de ataque à bomba no aeroporto de Brasília e, no momento da captura, tentou fugir, caiu e chegou a bater a cabeça na calçada. Além dele, foram presos Max Pitangui e Rieny Munhoz, suspeitos de participarem dos atos antidemocráticos, segundo a PF.
“Todo mundo que foi de boa fé para assinar, a Interpol pegou e prendeu”, disse Vieira, chorando. “Não sei para onde vou. Não sei o que farei. Mas quero deixar registrado o que aconteceu comigo e com os demais: nós fomos traídos. O Conare, que apoia os refugiados, nos traiu. O Paraguai não é seguro. Não temos como ir para outros lugares. Estamos com passaporte, visto, tudo cancelado”, lamentou.
A defesa do cantor tenta conseguir um habeas corpus para que ele não seja preso. Enquanto isso, ele permanece foragido. Além dele, as autoridades policiais tentam encontrar o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que também fugiu para o Paraguai e tem um mandado de prisão expedido contra ele.
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