Belo Horizonte – A família do instrutor de autoescola, que teve morte encefálica depois de ser arrastado por um carro, no bairro Floramar, região norte de Belo Horizonte, pede que o responsável seja localizado.
Os parentes querem que o motorista que fugiu sem prestar socorro seja identificado e punido. O instrutor de autoescola foi arrastado por um carro na última quarta-feira (12).
A confusão começou quando o veículo da autoescola foi atingido na traseira. O professor e o aluno desceram, mas o outro motorista tentou fugir. Foi nesse momento que o instrutor subiu no capô do veículo para tentar impedir que o homem fosse embora.
A mãe do instrutor, Ângela Maria Gomes, conta que aconselhava o filho a não se envolver em brigas de trânsito.
“Eu falava com ele: ‘Alessandro, bateu no seu carro, o carro não é seu, é da autoescola, não briga por causa de coisa dos outros, não. Anota a placa, tira foto, chama a polícia’. Ele não admitia que os outros fizessem coisa errada. Tudo dele é muito certo”, contou Ângela.
Segundo testemunha, os motoristas teriam parado para tentar resolver o problema, mas, quando o instrutor sugeriu fazer um boletim de ocorrência, o condutor do carro decidiu ir embora.
Uma testemunha gravou o momento em que o homem aparece segurando o capô do carro. Na sequência, uma câmera de segurança mostra, de outro ângulo, quando o veículo entra em uma rua lateral. O homem solta o capô e se prende à janela do motorista. Após esse momento, não há mais imagem.
O instrutor foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. O motorista do outro veículo fugiu.
“A gente queria saber o que levou o cidadão a fazer um ato que causou a morte do meu irmão”, disse Tatiane Gomes Carvalho, irmã da vítima.
Na queda, o homem sofreu um traumatismo craniano. Alessandro passou por duas cirurgias. No entanto, a família informou que ele teve encefálica. Alessandro tinha seis filhos: cinco casados e o mais novo, de 7 anos. Além da criança e da mãe, o instrutor ajudava a cuidar de irmãos cadeirantes.
“Ele tem que pagar, e eu queria entender o que se passa na cabeça dele. Se ele sabe o que ele fez. Se passa na cabeça dele o grau a que isso chegou. Será que ele sabe que matou uma pessoa? Até agora, ele não apareceu, nós não temos notícia dele”, disse Elen Maria Souza Gomes, irmã da vítima, sobre o responsável pelo acidente.