Rio de Janeiro – A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou na tarde deste sábado (18) que já transferiu todos os pacientes que estavam internados no Hospital de Campanha do Maracanã. O esvaziamento foi anunciado na sexta-feira (17) e a retirada concluída, mesmo com a decisão judicial que determinou a permanência dos pacientes na unidade.
No início da tarde da sexta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde informou que 26 pacientes do hospital do Maracanã e oito do de São Gonçalo estavam em processo de transferência devido ao término do contrato com a organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). No grupo, 23 pacientes estavam em unidades de terapia intensiva.
Durante a tarde, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foram à Justiça para impedir o esvaziamento dos hospitais. Segundo os órgãos, o governo do estado estava desrespeitando decisões anteriores que determinavam o funcionamento dos hospitais e colocando em risco grave e irreversível a vida dos pacientes.
A decisão judicial que atendeu a esse pedido foi divulgada na noite da sexta-feira. A juíza Aline Maria Gomes Massoni da Costa, da 14ª Vara da Fazenda Pública do Rio, determinou que a admissão de novos pacientes nos hospitais não fosse suspensa e decidiu que os que já estavam na unidade e ainda não haviam sido transferidos deveriam ser mantidos.
Na noite de ontem, e no início da tarde de hoje, a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda não havia sido notificada da decisão judicial e prosseguiu com as transferências. Em nota ao meio-dia deste sábado, a secretaria informou que ainda havia um paciente em cada um dos hospitais de campanha. Cerca de uma hora depois, a secretaria afirmou que o último paciente internado no Maracanã foi transferido para o Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Apesar do esvaziamento, a secretaria nega que esteja fechando os hospitais de campanha. Ontem, o órgão disse que a Fundação Saúde, que é estadual, irá ceder profissionais para atuarem nas unidades. Na tarde de hoje, a secretaria reforçou que as unidades continuarão abertas e em condições de receber novos pacientes, caso seja necessário.
Witzel
Em um evento na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa) neste sábado, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que a política de saúde do Rio de Janeiro acertou mais do que errou no combate à pandemia. Ao ser indagado sobre os hospitais de campanha, ele pediu que jornalistas perguntassem sobre o assunto ao secretário estadual de saúde, Alex Bousquet.
“Isso é melhor você perguntar para o secretário de Saúde. Tudo que fiz como governador para resolver o problema da pandemia foi pautado na opinião de especialistas”, disse Witzel, que avaliou: “Vislumbro que acertamos muito mais do que erramos. E o que foi errado tem que ser corrigido. Agora, não pode transformar esse problema que nós tivemos, que não impactou na solução da pandemia, porque o Rio de Janeiro está dando exemplo para o Brasil pelas decisões que eu tomei. Agora, problemas acontecem, e esses problemas têm que ser resolvidos. E quem resolve é o secretário de Saúde, que é médico, tem especialidade para isso. Não sou eu”.