A defesa de Amanda entrou com um pedido de habeas corpus, alegando que ela “não representa risco para a integridade dos familiares das vítimas e das testemunhas”.
Além disso, disse que a prisão da advogada foi feita durante a noite enquanto estava internada em uma clínica psiquiátrica.
Contudo, a liminar foi negada pelo desembargador Silvânio Divino de Alvarenga.
O magistrado avaliou que Amanda “possui um total desprezo para com a vida humana” ainda mais considerando que “as vítimas eram pessoas do seu convívio, o que evidencia a sua crueldade”.
Relembre o caso
Mãe e filho passaram mal e morreram após comer um bolo de pote de uma loja de doces em Goiânia, no último domingo (17).
Luzia Tereza Alves, 86, e Leonardo Pereira Alves, 58, vomitaram e tiveram dores abdominais e diarreia três horas depois do consumo da sobremesa, comprada pela ex-nora do homem.
Amanda, que estava hospedada em um hotel em Goiânia, foi a uma padaria comprar os alimentos que levou para o café da manhã. Ela então voltou para o hotel e depois foi à casa da família do ex, por volta das 10h do domingo, onde ficou até as 13h.
Na mesa estavam Amanda, Leonardo Alves, a mãe dele, Luzia Tereza Alves, e o pai dele, que a polícia identificou como João.
Amanda voltou para Itumbiara, cidade de Goiás onda mora, logo que saiu da casa do antigo namorado e, no caminho, recebeu mensagem do ex-sogro na qual ele a orientava a buscar atendimento médico, porque ele suspeitava de que a comida estava estragada.
A primeira suspeita da família foi de intoxicação alimentar. A polícia logo descartou essa possibilidade, porque, segundo o delegado, a intoxicação ocorre de forma diferente em cada pessoa — e Leonardo e Luzia tiveram a mesma evolução. Além disso, o período entre o consumo do alimento e a morte seria mais longo no caso de uma intoxicação.
Leonardo começou a passar mal por volta das 13h e morreu à noite. Já a mãe dele chegou a ser internada em UTI, mas morreu de madrugada. Amanda só foi ao hospital à meia-noite, após saber da morte do ex-sogro.
Os exames para comprovar a presença de veneno nos produtos consumidos no café da manhã e a necrópsia dos corpos continuam em andamento.
Amanda foi presa em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, na noite da última quarta-feira (20). Segundo o delegado, ela teria sido internada pela família por volta do meio-dia da quarta, após ter tentado se matar com medicamento e acetona.
O delegado investiga outros supostos crimes praticados por Amanda em Itumbiara e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Agora ela é investigada por duplo homicídio qualificado.