Rio Grande do Sul – Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar quatro membros de sua própria família com arsênio, admitiu em cartas encontradas na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba que comprou o veneno, embora alegue ter feito a aquisição para consumo próprio devido a um quadro de depressão.
(Foto: Reprodução)
As cartas foram divulgadas pela Polícia Civil. Deise foi encontrada morta em sua cela na semana passada.
Nas mensagens, Deise justifica a compra do arsênio, afirmando que estava em um momento de profundo desespero emocional.
“A droga de veneno que comprei para mim, pois te falei que estava muito depressiva e nesses momentos a gente não pensa”, escreve ela em um trecho. No entanto, Deise nunca assumiu responsabilidade pelas mortes de suas familiares.
A mulher também se mostra irada em relação à sua sogra, Zeli dos Anjos, que seria o alvo de um bolo contaminado com arsênio, supostamente oferecido às vésperas do último Natal.
As duas mantinham uma relação tensa há mais de 20 anos, possivelmente devido a um desentendimento financeiro. Em uma das cartas, Deise expressa seu rancor: “Muito obrigado por esses 20 anos que fez da minha vida de casada o inferno. Mais uma vez, eu sou a vilã e você a mocinha. Conseguiu ficar com tudo que é meu, minha família, minha casa…”
Além disso, Deise menciona as vítimas da tragédia, incluindo suas irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e a sobrinha Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, todas mortas após ingerirem o bolo envenenado.
Ela também menciona o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, igualmente por intoxicação de arsênio. Em uma carta, Deise escreve:
“Não podemos alterar o passado, e nem trazer de volta as pessoas amadas que perdemos. Eu adorava meu sogro, amava a dinda e a tia Maida. Em relação a Tati, há 20 anos atrás, seu ciúme obsessivo nos distanciou, juntamente de todos vocês.”
