Senacon determina retirada de filme de Gentili do ar por apologia à pedofilia

Longa tem cena em que personagem assedia garotos; plataformas têm cinco dias para cumprir decisão; multa diária é de R$ 50 mil

Brasília – A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), determinou que as plataformas de streaming deixem de disponibilizar em seu catálogo o filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’, de Danilo Gentili. O longa se tornou alvo de críticas por suposto incentivo à pedofilia. O despacho foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) desta terça-feira (15) e, as empresas têm cinco dias para cumprir a decisão. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 50 mil.

Danilo Gentili e Fábio Porchat
(Foto: Reprodução /Record TV)

Conforme solicitado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, a Senacon determinou, cautelarmente, à Netflix, Globo, Google (YouTube), Amazon e Apple, que suspendam exibição e oferta do filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’. A pasta alega que a medida é necessária para proteção à criança e ao adolescente consumerista, devido ao conteúdo presente no filme”, informou a secretaria.

O longa é de 2017 e, virou alvo de polêmica devido a uma cena em que o personagem interpretado pelo ator Fábio Porchat assedia sexualmente dois meninos. Nas imagens, ele abre o zíper da calça e em seguida pega a mão de um dos garotos para aproximá-la de seu corpo, sugerindo que ele tocou seu membro.

Gentili atua no filme e também assina o roteiro, ao lado do diretor Fabrício Bittar e de André Catarinacho. Outros atores da produção são Bruno Munhoz, Daniel Pimentel e Carlos Villagrán. No último domingo (13), os nomes de Gentili e de Porchat ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter devido à repercussão negativa do longa.

Na mesma data, o ministro da Justiça, Anderson Torres, usou as redes sociais para criticar o filme. Ele afirmou ter determinado “que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso”. Torres declarou que a produção contém “detalhes asquerosos”.

 

Gentili se manifestou sobre o caso em uma postagem nas redes sociais. Ele chamou as críticas de “chilique” e de “falso moralismo”. “O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio [sic] forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, provocou.

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