São Paulo- O torcedor são-paulino Rafael Garcia, morto no domingo (24) na comemoração do título da Copa do Brasil, foi vítima de disparos de arma de fogo, segundo o atestado de óbito da vítima, emitido pelo serviço funerário da capital paulista.
Rafael, morto aos 32 anos, após a final da Copa do Brasil no domingo, tinha deficiência auditiva e era integrante da ala “Surdos e Mudos” da torcida organizada Independente Tricolor.
A família e amigos denunciam a atuação da polícia, que entrou em confronto com torcedores no entorno do Morumbi.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) diz que os policiais reagiram à tentativa de torcedores de invadir uma área restrita. Os são-paulinos teriam jogado garrafas e pedras em direção aos policiais, e oito agentes ficaram feridos, segundo a secretaria.
“A polícia interveio com técnicas de menor potencial ofensivo, como jatos d’água”. Após o tumulto, o torcedor foi encontrado com grave ferimento na cabeça, foi socorrido, mas não resistiu.
Apesar de o laudo do serviço funerário municipal apontar morte por arma de fogo, a Secretaria da Segurança diz que a causa da morte ainda é investigada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Morador de Itapevi, na Grande São Paulo, o são-paulino trabalhava havia três anos em um mercado atacadista. Ele também deixou um filho, de apenas 8 anos.
Em nota divulgada nas redes sociais, a torcida lamentou a morte de Rafael. “Não sabemos o que ocorreu e aguardamos o total conhecimento dos fatos, para as devidas responsabilizações. Lemos muitos relatos, durante o dia de hoje, de pais assustados com seus filhos, devido à forma de repressão ocorrida. Mulheres também, no meio de cavalaria e bombas de gás. Seguimos todos os protocolos determinados com as autoridades de segurança.”
Segundo a Polícia Militar, um Inquérito Policial Militar também foi instaurado para “averiguar as circunstâncias do infortúnio”, informa.
Veja abaixo a íntegra da nota da SSP:
“A SSP informa que a Polícia Militar estabeleceu efetivo para garantir a segurança de torcedores, frequentadores e moradores da região do Morumbi, durante o jogo da final no último domingo (24), com apoio de batalhão e cavalaria.
Houve um tumulto provocado por torcedores que queriam invadir uma área restrita. Diante do impedimento por parte da PM, os mesmos começaram a jogar garrafas na direção dos policiais, além de pedras e fogos de artifício. Oito policiais ficaram feridos. A polícia interveio com técnicas de menor potencial ofensivo, como jatos d’água. Quando os torcedores se dispersaram, os policiais encontraram um homem com um grave ferimento na cabeça. Ele foi socorrido, mas não resistiu.
A morte é investigada pelo DHPP, que atua para esclarecer todas as suas circunstâncias.
Outros episódios de violência dos torcedores foram registrados durante e após o evento. Na fiscalização de “check point” de ingressos, integrantes de organizadas dos dois clubes investiram contra a barreira de limitação, agredindo os policiais com garrafas e rojões. Nessa ação, outras duas policiais ficaram feridas.
Ao fim do jogo, torcedores escalaram o portão principal, levando ao risco de colapso da estrutura, no que foi preciso novamente que a polícia interviesse. No cruzamento da Rua Jules Rimet com a Paulo Sergio Freddi, torcedores derrubaram o tapume de isolamento e foi preciso ação do choque para dispersá-los. Dessa vez, quatro policiais e um torcedor ficaram levemente feridos”.