De acordo com o documento, a morte de Walewska ocorreu por volta das 18h desta quinta-feira. A gestora do prédio disse que a campeã olímpica teria se jogado do 17º andar, onde está localizada a área de lazer do empreendimento. O acesso se dá por biometria facial, através de uma porta de vidro, e é restrito aos moradores do edifício.
Imagens do sistema de monitoramento do local mostram Walewska entrando na área de lazer às 16h50, sozinha, “carregando uma garrafa de vinho e uma pasta com papel sulfite, onde foi feita uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida”, indica o B.O.
Mensagem de Walewska ao marido
À polícia, o marido disse que saiu às 7h15 para trabalhar e voltou às 17h30 e que não encontrou Walewska no apartamento. Com isso, decidiu se deitar para descansar. Às 18h07, ele disse que recebeu uma mensagem de Walewska no WhatsApp, em que ela falava sobre o relacionamento e sobre a decisão dele de se separar.
Por volta das 18h29, o marido afirmou que recebeu uma mensagem no grupo do prédio onde mora que informava sobre um acidente e que alguém precisava conversar com ele — o remetente não consta do B.O. O companheiro de Waleska, então, pegou o interfone para ligar para a portaria, quando a campainha do imóvel dele tocou.
Segundo a polícia, era a gestora do empreendimento, que contou a ele sobre a morte. “Ele ficou muito impactado e abalado com a notícia, tendo permanecido no imóvel, pois não queria ver sua mulher naquela situação”, de acordo com o documento da polícia.
Investigação da morte
Em nota, as autoridades paulistas disseram que investigam o caso. “A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher de 43 anos, ocorrida por volta das 18h00 de quinta-feira (21), no bairro de Cerqueira César, em São Paulo. Foi solicitada perícia ao local. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, diz o comunicado.
Nesta semana, a ex-atleta estava em São Paulo, onde gravou uma entrevista em um podcast e esteve em um colégio para divulgar a sua biografia, lançada no início do ano. Os últimos momentos em vida foram divulgados por ela própria, pelas redes sociais.
Em mais de 24 anos de carreira, a central jogou por diversos clubes do país, além de ter tido passagens por Rússia, Itália e Espanha. Walewska encerrou a carreira em maio do ano passado, atuando pelo Praia Clube, de Uberlândia.
“Despeço-me das quadras cheia de amor no coração, e com a tranquilidade de que me dediquei o máximo, colhendo os frutos do merecimento! Muito orgulho da minha trajetória e do meu amor pelo esporte”, escreveu a central, após o último jogo da carreira.
Em homenagem à atleta, o Praia Clube deixou de usar a camisa 1, vestida por ela.
Wal é reconhecida também pela sua história com a seleção brasileira. A atleta, convocada pela primeira vez por Bernardinho em 1998, fez parte do ciclo do vôlei feminino por uma década e ajudou na conquista da então inédita medalha de ouro na Olimpíada de Pequim, em 2008.
Ela também jogou na Olimpíada de Sidney, em 2000, e na de Atenas, em 2004.