Covid-19: Ministério Público inspeciona o Hospital da Nilton Lins

De acordo com a procuradora-geral de Justiça Leda Albuquerque, durante a inspeção foram constatadas a falta de EPI’s para os operadores, falta de medicamentos, além de equipamentos para a estruturação integral dos leitos de UTI

Manaus – Membros do Ministério Público do Amazonas (MPAM), integrantes do Gabinete de Enfrentamento de Crise (GAB-MPAM/COVID-19) visitaram, no final da tarde deste sábado (18), o Hospital de Campanha da Nilton Lins, montado pelo governo do Estado para atender, exclusivamente, pacientes com o novo coronavírus. A unidade foi inaugurada ainda na manhã de sábado e, segundo a Susam, terá 32 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 100 leitos clínicos.

A procuradora-geral de Justiça Leda Albuquerque resumiu o que foi verificado na inspeção. “Durante a inspeção, apuramos a falta de EPI’s para os operadores, falta de medicamentos, além de equipamentos para a estruturação integral dos leitos de UTI. A inspeção realizada pelos membros do Gabinete de Crise do MPAM, no hospital Nilton Lins, teve por desiderato amealhar elementos de provas que subsidiem essa Ação e os procedimentos mencionados”, explicou. “Pessoas estão morrendo sem o atendimento devido, precisamos garantir atendimento digno às pessoas infectadas, o Estado tem o dever, a obrigação legal de conferir dignidade a esses pacientes e aos profissionais da saúde e o MP está trabalhando firmemente para garantir isso”, afirmou a Procuradora-Geral Leda Mara Albquerque.

Hospital de Campanha da Nilton Lins foi inaugurado na manhã de sábado (18) e, segundo a Susam, terá 32 leitos de UTI (Foto: Divulgação)

A inspeção guarda relação com os procedimentos instaurados pelo MPAM, no Patrimônio Público e com a Ação Civil Pública (ACP nº. 0211960-80.2020.8.04.0001), ajuizada pelo MPAM no último dia 15/04, que propôs ao governo do Estado a ativação de todos os leitos do Hospital Delphina Aziz e a contratação de leitos do Hospital Universitário Getúlio Vargas e Hospital Beneficente Português.

“Na inspeção observamos que a inauguração do hospital foi simbólica. Leitos de UTIs ainda não estão em funcionamento, setores ainda estão sendo arrumados, máquinas sendo montadas e testadas, EPIs e medicamentos insuficientes, ausência de toalheiros, dispenser de sabonetes líquidos. Continuamos a questionar a razão de o Estado não  utilizar os leitos clínicos do Hospital Delphina, do Hospital Getúlio Vargas, da Beneficente Portuguesa. Pacientes precisam de estruturas funcionantes na totalidade”, afirmou a promotora Silvana Nobre Cabral.

O grupo, liderado pela Procuradora-Geral de Justiça, Leda Mara Nascimento Albuquerque, foi composto pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos e Institucionais, Carlos Fábio Monteiro, as promotoras Silvana Nobre Cabral  (58ª PRODHSP – Saúde) e Cláudia Câmara (54ª Prodhsp – Saúde), os promotores Alberto Rodrigues Júnior (Secretário-Geral do MPAM), Paulo Stélio (coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça Especializadas na Proteção e Defesa do Meio Ambiente, do Patrimônio Histórico e Urbanismo – CAO-MAPH-URB) e Hilton Serra Viana (integrante).