Manaus – Com o dólar acima dos R$ 4, os preços dos pães e massas são pressionados e o aumento é uma questão de dias, em Manaus. Após reajuste de 8% em junho, os moinhos começaram a anunciar correção para os próximos dias. O preço médio do quilo do pão francês na capital amazonense é de R$ 8.

Pão francês e macarrão são alguns dos itens da cesta básica brasileira mais sensíveis às altas da moeda americana. (Foto: Eraldo Lopes)
“Ainda estamos conseguindo manter os preços”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação do Amazonas (Sindipam), Carlos Azevedo, destacando que as empresas estão reduzindo os custos ao máximo.
“A situação é difícil. O que temos feito é aumentar a oferta de produtos diversos, além do pão, para atrair mais clientes, porque o lucro já está baixo. Então, as empresas estão buscando alternativas porque a demanda está baixa”, disse. De acordo com o Sindipam, o aumento ainda não está definido, mas é provável que aconteça também de acordo com cada empresa. “Entre as associadas, o quilo do pão francês custa entre R$ 5 e R$ 14,90, dependendo do custo de cada empresa. Na área central, o custo é menor, mas a maioria está em dificuldade”, afirmou Azevedo.
A busca está fraca também no setor de massas e biscoitos, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos de Manaus, Américo Esteves. “Os próprios moinhos estão com a demanda fraca, ainda sem reajuste, mas já estão anunciando o aumento. Não falaram o percentual, mas deve acontecer a qualquer momento”, contou. “O mercado não está reagindo e, por isso, estão segurando os preços, mas não vai dar mais”, disse.
Segundo Esteves, por conta da elevação da moeda americana, os fornecedores da farinha de trigo já haviam reajustado os preços em 8%, no meio do ano. O saco de 50 quilos de farinha custa, em média, atualmente, R$ 100.
Boa parte do produto vem da Argentina e, como a demanda está insuficiente, eles estão segurando para elevar a tarifa.
Valorização
Nesta quarta-feira, o dólar fechou em R$ 4,12, com queda de 0,38%. O dólar começou a disparar no final de agosto, quando chegou a R$ 4,06, o patamar mais alto dos últimos dois anos. Desde então, oscila e já fechou em R$ 4,14, na última terça-feira. Pão francês e macarrão são alguns dos itens da cesta básica brasileira mais sensíveis às altas da moeda americana.
A alta do dólar é resultado, principalmente, das indefinições políticas do Brasil, segundo economistas.