Especialista em finança mostra como planejar e utilizar seu 13º da melhor forma

O controle das finanças sempre foi uma questão veemente no dia a dia das famílias brasileiras

São Paulo – Todo final de ano a história é a mesma: o que fazer com o décimo terceiro? O direito trabalhista foi instituído pela legislação brasileira em 1962 e integra os ganhos anuais de diversas famílias, ajudando-as a segurar as pontas num momento em que há muitos gastos. Diante das demandas envolvendo compras de fim de ano, preocupações envolvendo as vésperas de um novo ano letivo para as crianças, viagens de férias, como planejar e utilizar o décimo terceiro da forma mais adequada?

O melhor é pensar bem e fazer desse seu direito o melhor que ele pode ser (Foto: Pixabay)

O controle das finanças sempre foi uma questão veemente no dia a dia das famílias brasileiras. Para se ter uma ideia, ao menos 45% das pessoas no país não fazem controle financeiro e, entre aqueles que o fazem, mais de 20% utilizam a própria memória para gerir as suas finanças. Estes dados são da pesquisa mais recente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgada em 2020, e apontam para a urgência de haver uma educação mais robusta e completa no que diz respeito à vida financeira dos brasileiros e brasileiras.

André Barretto, CEO e fundador da n2, aplicativo de orientação financeira que conecta profissionais da área a pessoas que precisam tirar dúvidas a respeito de como lidar com os desafios do controle de gastos e investimentos, reuniu algumas dicas que podem ajudar na gestão do décimo terceiro. O mote é planejar mais e gastar menos. Confira.

1 Faça uma reserva

Uma pesquisa do Boletim Focus divulgado pelo Banco Central em novembro, feita com 100 economistas, indica que o mercado espera uma piora da inflação nos próximos meses. A projeção de alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou pela 34ª semana seguida e foi a 10,15% neste ano. Em relação à taxa Selic, principal instrumento de política  monetária do Banco Central para controlar a inflação, a expectativa é que chegue a 11,25% ao final de 2022.

“As projeções mostram que 2022 será mais um ano difícil e essa previsão pessimista é influenciada por alguns fatores como a desvalorização do real ante o dólar, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), tendência de aumento do desemprego, queda da renda e poder de compra, eventual nova onda de Covid-19 causada pela variante ômicron e eleições, que demandam aumento dos gastos da máquina pública e geram incertezas. Portanto, preparar-se para evitar novas dívidas é também essencial neste momento. Ou seja, poupar o salário extra é o melhor caminho”, explica o executivo.

2 Organização é fundamental

Quem se organizou e tem uma segurança para 2022 pode comprar os presentes de Natal, certo? Não é bem assim porque nessa época do ano o aumento da demanda costuma  elevar os preços dos produtos. Assim, deixar as compras natalinas para o início de 2022 pode ser uma boa opção.

“Na época de Natal os preços costumam subir, então talvez não seja o melhor momento para consumir. Porém, se for para comprar, a recomendação é pesquisar o lugar mais barato e tentar descontos. O pagamento à vista é sempre mais interessante que pagar a prazo. Peça descontos”, recomenda Barretto.

3 Investimento certeiro

Conseguiu se organizar para começar 2022 bem, sem sufoco e com um pouco de capital? Então, é hora de pensar em um possível investimento, fazendo o dinheiro render. “O planejamento financeiro é uma das etapas primordiais na vida de qualquer pessoa. Hoje em dia vemos muitas pessoas querendo investir, o que é algo positivo e movimenta o mercado. Contudo, assim como andar a esmo não leva a lugar nenhum, entrar nesse mundo sem uma orientação profissional pode transformar o sonho em pesadelo”, pontua Barretto.

Apesar de todas as dicas, a decisão é muito pessoal e única para cada pessoa. Por fim, o melhor é pensar bem e fazer desse seu direito o melhor que ele pode ser. Porém é essencial, ainda em 2021, já pensar em 2022 para que, no ano que se inicia, seja feito um bom planejamento financeiro, sem sufoco e com fôlego para todo o próximo período.