Mandioca, café, arroz e feijão devem perder área plantada

Redução do plantio pode ser compensada por ganhos de produtividade, indica estudo do Ipea

Brasília- Alimentos comuns ao dia a dia do brasileiro — como mandioca, café, arroz, laranja e feijão — devem perder área plantada até 2031. A informação consta no estudo “Saldo agropecuário brasileiro de 1989 a 2022: mudança de perfil e cenário global” publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De acordo com o documento, essas lavouras são classificadas como “potenciais importações” brasileiras para os próximos anos.

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo – 07.07.2019)

A análise se pauta na Projeções do Agronegócio lançadas pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). As maiores quedas são no plantio de arroz e de feijão, que devem perder cerca de um milhão de hectares em área plantada cada. Em seguida estão as lavouras de mandioca, com uma redução de 222 mil hectares (ha) de lavoura; café, -194 mil ha; laranja, -116 mil ha; cacau, – 35 mil ha; batata inglesa, -24 mil ha; banana, -18 mil há; maçã, -2 mil há; mamão, -1 mil ha.

O estudo do Ipea indica que essas perdas podem ser compensadas por ganhos de produtividade, “ao menos em parte”. O texto ressalta também que “porque os mercados mundiais de mandioca e de feijão, por exemplo, são comparativamente pequenos”, o que deve conter a necessidade de importação brasileira para esses itens específicos.

Commodities agrícolas com maior potencial de exportação estão associadas ao aumento da área plantada

Na outra ponta, algodão e grãos, como soja e milho de segunda safra, terão forte aumento da área plantada. Esses produtos, junto as carnes, também estão associados ao potencial de exportação e desenvolvimento econômico global. Manga e outras frutas aparecem ainda com uma projeção positiva, tanto na produção nacional como no mercado comprador de outros países.

São consideradas commodities agrícolas todas as mercadorias produzidas pelo setor e que tenham alto valor no mercado internacional, além de serem negociadas nas bolsas de valores ao redor do mundo. A pesquisa do Ipea destaca a importância destes produtos para a balança comercial brasileira, indicando, inclusive que o agronegócio foi o único setor superavitário no país nos últimos 15 anos.

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