Mercado de seguros no AM arrecada R$ 1,2 bilhão no 1º semestre de 2023

A Cnseg projeta criação de planos mais acessíveis à população de baixa renda e o combate ao comércio irregular de seguros

Belém – Um levantamento produzido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), mostrou que o mercado segurador do Amazonas teve, entre janeiro e junho de 2023, uma arrecadação de R$ 1,2 bilhão, desconsiderando Saúde Suplementar e Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Com o objetivo principal de promover uma comunicação mais efetiva, em uma estratégia de popularização do seguro, visando alcançar uma gama maior de segurados, lideranças do mercado segurador dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, se reuniram em um Encontro Setorial da Região Norte que aconteceu nesta terça-feira (22), no Radisson Hotel Maiorana, em Belém (PA). O evento foi promovido em parceria com o Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne).

De acordo com o levantamento, se comparado com o mesmo período de 2022, Danos e Responsabilidades foi um dos segmentos com avanços mais expressivos, com destaque para os Marítimos e Aeronáuticos, com 222,6% (R$ 7,6 milhões); Patrimonial, que congrega os seguros Condomínio e Residencial, com 50,3% (R$ 118 milhões); e Crédito e Garantia, com 13,9% (R$ 33,8 milhões). A Capitalização também apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2023, com crescimento de 10% na demanda, totalizando R$ 115,6 milhões.

Em paralelo, o setor segurador do Amazonas repassou aproximadamente R$ 289 milhões em indenizações, benefícios, resgates e sorteios. O produto que mais pagou no período foi o Automóvel, superando R$ 49,7 milhões.

Dados do SinsegNNE, mostram que o Amazonas é o segundo Estado com maior participação na arrecadação, com 28,9%, atrás do Pará, que registra 43,9%.  Em relação à participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, o marcado segurador representa apenas 1,6% do total. No Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá, o crescimento previsto para os próximos anos já pode ser notado.

O presidente Sindsegnne, Ronaldo Dalcin, relatou que, diante destas situações o Encontro Setorial faz parte do projeto de aproximação da CNseg e do sindicato com o mercado segurador de todo o Brasil.

“Além disso, uma das metas que temos enquanto sindicato é também de propagar de forma ampla e contínua o Plano de Desenvolvimento do Mercado Segurador (PDMS). Temos uma expectativa grande para que ele se torne um promotor deste plano que tem metas ousadas para alçar o mercado segurador a um patamar muito maior do que aquele em que já estamos hoje”, complementa Dalcin.

O Plano citado pelo presidente do Sindsegnne foi um dos tópicos abordados durante o Encontro Setorial. Também conhecido como PDMS, ele define os quatro eixos de trabalho que irão balizar as ações da indústria seguradora até 2030, tanto no âmbito do setor público quanto no privado.

O executivo destaca, ainda, que a Região Norte tem uma vasta extensão territorial, o que representa um grande desafio para o crescimento do setor.

“Grande parte do modal na Região Norte é feito via marítima. As águas são as estradas. Então, é importante entendermos esses desafios, particularidades e necessidades diferentes. Frente a isso, é necessário reforçar o conceito de olhar regional e a capacitação”, completa.

Na ocasião, o Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, ex-ministro do Planejamento e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apresentou uma visão geral do setor segurador. A CNseg projeta no PDMS um alcance nacional de arrecadação em 10% na participação do Produto Interno Bruto (PIB), que hoje ocupa 6,5% no mercado de seguros, com isso vem participando de eventos nacionais e internacionais relevantes, liderando pautas importantes e sendo reconhecida pelas autoridades, a Confederação também estipula a meta de aumentar em 20% a população atendida e crescer o volume de indenizações de 4,6% para 6,5%. Tudo até 2030.

“O PDMS foi criado a partir da percepção de que o setor pode gerar mais reservas para a poupança nacional e direcionar mais recursos para importantes projetos nacionais, ao apoiar iniciativas públicas e privadas. Assumimos riscos das mais diversas atividades econômicas e oferecemos proteção aos indivíduos e às empresas”, ressalta Oliveira.

Dyogo ressalta que o setor pretende aumentar a participação no mercado de seguros, alcançando novos públicos e assumindo riscos conforme a especificidade de cada Estado.

“Nosso setor ainda é muito elitizado, o mercado de seguros precisa se popularizar e adotar um vocabulário que se compreenda, durante o PodCast lançado pela Cnseg, fizemos uma ‘brincadeira’ e as pessoas não sabiam o que era apólice, crédito, sinistro, linguagens que a gente precisa descomplicar para alcançar essa população”, diz Dyogo.

O presidente da Cnseg ainda relata a necessidade do PDMS ser executado de acordo com a especificidade de cada Estado.

“É claro que a implementação do Plano será ‘personalizada’ conforme a necessidade de cada Estado. No Amazonas, por exemplo, percebemos que o setor Marítimos e Aeronáuticos cresceram exponencialmente e isso é levado em consideração. A Zona Franca de Manaus (ZFM), tem um faturamento estimado em R$170 bilhões, mas a gente não pode esquecer que essa média consiste principalmente no Polo Industrial de Manaus (PIM), onde estão concentradas as empresas do segmento.

Dados de microsseguros no Amazonas

Em cinco anos, o microsseguros no Amazonas teve um crescimento de 1.057% na arrecadação entre 2018 e 2022, passando de R$ 949,8 mil para R$ 10,9 milhões. Em indenizações, o crescimento no período foi de 1828%, passando de R$ 17,6 mil em 2018 para R$ 340,0 mil em 2022.

Quando considerado apenas os semestres de casa ano, de janeiro a junho, o crescimento de arrecadação foi de 576%, passando de R$ 461,6 mil em 2019 para R$ 3,1 milhões em 2023. Já em indenização, o aumento foi de 879%, passando de R$ 22,2 mil em 2019 para R$ 217,8 mil em 2023.

Oliveira aproveitou a oportunidade para fazer um alerta sobre a atuação das Associações de Proteção Veicular (APVs) no Brasil, destacando que esse modelo de negócios representa perda fiscal de R$ 1,2 bilhão ao ano e é um risco para a sociedade.

“O avanço das entidades mútuas representa um retrocesso, não só porque concorrem de forma desleal no mercado formal de seguros, mas também porque, sem fiscalização, podem transformar em pó a poupança de milhares de consumidores atraídos por benefícios que não serão concedidos”, reitera.

Entre janeiro e junho de 2023, o mercado segurador teve alta no consolidado de todos os ramos. Desconsiderando Saúde Suplementar, as seguradoras pagaram R$ 115,5 bilhões em indenizações, benefícios, sorteios e resgates, volume 2,9% superior ao ano de 2022. O mercado segurador, também apresentou alta de 8% na arrecadação no período, com o total de R$ 181,8 bilhões em seguros, contribuições em previdência e faturamento em capitalização.

O Mercado Segurador prevê uma série de ações para melhoria do ambiente regulatório e para ampliar o acesso de pessoas e empresas à proteção securitária, além de contribuir para o desenvolvimento da economia brasileira.

Em uma das ações há previsão para criação de planos de saúde mais acessíveis à população de baixa renda, o combate ao comércio irregular de seguros pelas chamadas associações de proteção veicular e criação da plataforma “Encontre seu Seguro”. Essa última que inclusiva já foi lançada, possibilita ao público em geral comparar características dos produtos de seguro, previdência complementar aberta e capitalização ofertados por mais de 60 empresas que, em conjunto, representam 90,5% da arrecadação do setor.

O que se espera é atingir esse objetivo promovendo, por meio do eixo Oferta, aumento da proteção (intensidade), popularização dos seguros (aumento da abrangência) e aumento da poupança. Pelo eixo Demanda, o que se espera é combinar o aumento da renda disponível e a influência no PIB com a percepção do consumidor sobre o Setor.

Sobre a CNseg

A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem o setor, reunidas em suas quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). A missão central da CNseg é prover serviços que melhoram a vida das pessoas e a realização dos negócios, permitindo o crescimento da economia brasileira. Acompanhe as novidades sobre o trabalho da CNseg no portal da ConfederaçãoFacebook, LinkedIn, Instagram  e Youtube.  Você também pode receber as nossas notícias pelo WhatsApp.

***A jornalista viajou a convite da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais

Matéria atualizada para inserir dados microsseguros no Amazonas