Manaus – Na Região Norte, 79,21% dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram nível insuficiente de Leitura e 70,64% apresentaram conhecimentos insuficientes em Matemática para a idade, ou seja, dificuldade em interpretar um texto e fazer contas. Além disso, 53,01% apresentaram proficiência insuficiência em escrita. Foram os piores resultados entre todas as regiões do Brasil.
Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e apontam que a alfabetização no País estagnou entre 2014 e 2016. Na média nacional, mais da metade dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram nível insuficiente de leitura e em Matemática para a idade.
De acordo com a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), 54,73% dos alunos brasileiros tinham nível de leitura insuficiente em 2016 e 45,27% tinham nível suficiente. Em 2014, o percentual de estudantes avaliados com nível insuficiente era um pouco maior: 56,17%. As regiões Norte e Nordeste (69,15%) foram as que obtiveram os piores resultados de leitura. Os percentuais caem para 51,22% no Centro-Oeste; 44,92% no Sul; e 43,69% no Sudeste.
No caso da Escrita, 33,95% dos estudantes brasileiros apresentaram proficiência insuficiente e 66,15% tiveram níveis adequados. As regiões Norte e Nordeste (50,83%) também apresentaram os menores resultados.
Com relação aos conhecimentos em Matemática, 54,46% dos estudantes brasileiros apresentaram desempenho abaixo do adequado, enquanto 45,53% tiveram nível suficiente. Em 2014, 57,07% dos estudantes tiveram seus conhecimentos matemáticos classificados como insuficientes; e 42,93% como suficientes. Norte e Nordeste (69,46%) registraram os piores índices.
A pesquisa foi feita entre os dias 14 e 25 de novembro do ano passado em escolas públicas com estudantes matriculados no 3° ano do Ensino Fundamental em 2016. Foram mais de 2 milhões de estudantes de, aproximadamente, 105 mil turmas em 48 mil escolas. Quase 90% dos estudantes avaliados tinham 8 anos ou mais.
A presidente do Inep, Maria Inês Fini, classificou como “sofrível” os resultados da avaliação. “Precisamos dar apoio para que essas crianças tenham um mínimo de condições para recuperar e reconstruir essas estruturas e prosseguir. Do contrário, continuaremos enxugando gelo”, disse. De acordo com a ministra substituta da Educação, Maria Helena Guimarães, os dados mostram que as políticas desenvolvidas até o momento não produziram resultados efetivos. “A mesma situação de insuficiência dos resultados observados em 2014 são repetidos em 2016. Não houve evolução nem melhoria significativa”.