Manaus – Transformar vegetais em corantes naturais foi a base de um projeto que aliou os ensinamentos em sala de aula à pratica na disciplina de Química. Intitulado ‘Corantes caseiros: obtenção de corantes naturais de origem vegetal’, o projeto foi desenvolvido por estudantes do Ensino Médio do Centro Educacional Governador Gilberto Mestrinho, no município de Tefé (a 523 quilômetros a oeste de Manaus).
Sob a coordenação da professora de Química Raniele Batista, a atividade utilizou cenoura, beterraba, urucum, couve, repolho roxo e açafrão, vegetais consumidos pela maioria da população, para produção de corantes naturais em formatos líquidos e em pó.
Segundo Raniele, o projeto possibilitou que os estudantes aprendessem mais sobre a disciplina de forma lúdica, por meio da pesquisa e experimentos científicos, sobre substâncias encontradas na natureza usadas por antepassados para colorir tecidos, alimentos e fazer tintas para diversos usos, inclusive em pinturas corporais.
“Os corantes produzidos neste projeto foram usados em tintas caseiras, posteriormente, essas tintas foram usadas pelos estudantes para colorir desenhos em sala de aula. Os corantes naturais de cenoura, beterraba, urucum e cúrcuma podem ser utilizados na alimentação, desde que sejam produzidos com higienização dos instrumentos e vegetais”, disse a professora.
A pesquisadora destaca ainda que corantes naturais podem ser produzidos por plantas, animais e micro-organismos na forma de pigmentos e têm a finalidade de conferir ou intensificar a coloração de produtos, principalmente na indústria alimentícia, e que o projeto conseguiu despertar o interesse dos alunos pelo conhecimento científico e a relação com suas aplicações tecnológicas e implicações ambientais.
No projeto, cada vegetal exigiu atenção e testes para produção do corante, e todos foram submetidos a teste com ácido e base, alguns reagiram significativamente possibilitando a mudança na coloração como, por exemplo, do extrato de repolho roxo, com a obtenção de tons azuis e rosas.
“Os alunos que participaram da oficina utilizaram os corantes e ficaram entusiasmados ao descobrirem que todas as tintas foram produzidas a partir de vegetais, de forma simples, e que têm uma excelente pigmentação no papel. Foram cerca de 60 alunos participando da oficina de corantes caseiros”, destaca Raniele.
Para a professora, o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do do Programa Ciência da Escola (PCE), tem sido fundamental para o desenvolvimento de projetos dentro do ambiente escolar, por permitir que alunos possam se aproximar da ciência ainda na sala aula.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola é uma ação criada pela Fapeam, direcionada à participação de professores e estudantes, de escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus, em projetos de pesquisa científica e de inovação tecnológica a serem desenvolvidos nas escolas.