Bélgica sofre, mas busca virada contra a Argélia em BH

A virada só veio aos 34 minutos do segundo tempo, depois que o técnico Marc Wilmots corrigiu as falhas demonstradas em um primeiro tempo

Belo Horizonte – A Bélgica esteve perto de protagonizar mais uma “zebra” nesta Copa do Mundo. Exaltada pela boa geração de jogadores que brilham na Europa, a seleção belga não confirmou a alta expectativa depositada em seu futebol, mas jogou o suficiente para vencer nesta terça-feira o modesto time da Argélia, com uma suada virada, pelo placar de 2 a 1, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

A virada só veio aos 34 minutos do segundo tempo, depois que o técnico Marc Wilmots corrigiu as falhas demonstradas em um primeiro tempo sofrível e apático. Mais atento, o time belga cresceu com as três substituições promovidas pelo treinador, superou a retranca argelina e buscou a vitória. Os gols foram marcados por Fellaini e Mertens, que deixaram o banco de reservas para mudar a história da partida.

O resultado, contudo, não apagou a péssima impressão deixada pelos belgas no primeiro tempo. Cotada como a grande sensação do Mundial, a equipe europeia não correspondeu às expectativas geradas sobre o atacante Lukaku, o zagueiro Kompany e o meia-atacante Hazard, que só fez valer a sua reputação nos minutos finais da partida.

Com a vitória, a Bélgica despontou na liderança do Grupo H, que tem Rússia e Coreia do Sul. As duas seleções farão suas estreias ainda nesta terça. A Argélia, por sua vez, fez boa atuação graças a Feghouli, seu melhor jogador. Ele sofreu e converteu o pênalti que gerou o gol argelino. A seleção africana não marcava em Copas desde 1986. Desde então, só jogou o Mundial de 2010, quando passou em branco.

O Jogo

Maior candidata à sensação desta Copa, a Bélgica decepcionou no primeiro tempo de sua estreia. Mesmo diante da modesta equipe da Argélia, o time liderado pelo meia-atacante Hazard, pelo atacante Lukaku e pelo zagueiro Kompany, todos destaques no futebol inglês, esteve aquém do esperado no Mineirão.

Apática, a Bélgica era lenta e abusava das trocas de passes no meio de campo. Parecia sofrer com o calor. E não conseguia impor o seu futebol sobre a Argélia, que contava com a simpatia da torcida brasileira. Nos primeiros minutos, os torcedores locais chegaram a vaiar os belgas, considerados favoritos.

E a lentidão belga facilitava a forte marcação argelina, que congestionava a sua defesa com uma primeira linha de cinco defensores, logo atrás de uma linha de quatro. Com frequência, apresentava seus 11 jogadores atrás da linha da bola. A Bélgica tinha tanta dificuldade de chegar ao ataque que o primeiro lance de perigo só surgiu aos 17 minutos, e dos pés dos argelinos. Mahrez avançou pela esquerda, entrou na área e bateu para fora.

Mesmo concentrada na defesa, a Argélia conseguia dar sustos no ataque. E, em um deles, Feghouli invadiu a área e foi atropelado por Vertonghen. O mesmo Feghouli cobrou o pênalti, rasteiro e no meio do gol, para abrir o placar, aos 24 minutos de jogo.

Foi só depois de levar o gol que o time belga resolveu entrar na partida. Contudo, apresentava poucos recursos para furar a retranca rival. Quase não variava o jogo, raramente investia pelas laterais e facilitava cada vez mais a marcação argelina. Hazard, alternando-se pelos lados, era o único que tentava dar velocidade no time.

Sem conseguir penetrar pelo meio, os belgas arriscavam em chutes de longa distância. De Bruyne, aos 30 minutos, Witsel, aos 33, e Vertonghen, aos 38, finalizaram de fora da área, sem sucesso. Somente aos 43 a Bélgica conseguiu entrar na área argelina, em triangulação pela esquerda, que parou na defesa de Mbolhi.

Na volta do intervalo, os belgas mostraram maior disposição e passaram a investir em jogadas de maior profundidade. Logo aos 4 minutos, Witsel cabeceou com perigo por cima do travessão. Mais solta em campo, a seleção europeia melhorou de rendimento no ataque com as entradas de Origi e Fellaini.

Aos 20 minutos, o time criou a sua melhor chance no jogo. Origi recebeu bela enfiada dentro da área e bateu na saída do goleiro, que fez grande defesa. Quatro minutos depois, De Bruyne levantou na área na cabeça de Fellaini, que só escorou para as redes e correu para o abraço.

A cada lance a Bélgica ganhava confiança. E frequentava cada vez mais o ataque. A pressão culminou no gol da virada aos 34 minutos. Hazard, cérebro do time, recebeu pela esquerda e deu grande passe para Mertens encher o pé e bater forte pela direita anotando o segundo dos belgas. Aos 38, Fellaini ainda teve boa chance de marcar o terceiro, em cabeçada para fora.

Assim, com futebol mais ofensivo, a Bélgica tentou apagar a performance sonolenta do primeiro tempo, em seu retorno à Copa do Mundo. O time ficara de fora das últimas três edições do Mundial. Na sequência, tentará encaminhar a sua classificação às oitavas de final diante da Rússia, no dia 22, no Rio de Janeiro. A Argélia vai buscar a reabilitação contra a Coreia do Sul no mesmo dia, em Porto Alegre.

Ficha Técnica

BÉLGICA 2 x 1 ARGÉLIA

BÉLGICA – Courtois; Alderweireld, Kompany, Van Buyten e Vertonghen; Witsel, Dembele (Fellaini), De Bruyne, Chadli (Mertens) e Hazard; Lukaku (Origi). Técnico: Marc Wilmots.

ARGÉLIA – Mbolhi; Mostefa, Bougherra, Halliche e Ghoulam; Medjani (Ghilas), Bentaleb, Taider, Mahrez (Lacen) e Feghouli; Soudani (Slimani). Técnico: Vahid Halilhodzic.

GOLS – Feghouli (pênalti), aos 24 minutos do primeiro tempo; Fellaini, aos 24, e Mertens, aos 34 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Vertonghen (Bélgica); Bentaleb (Argélia).

ÁRBITRO – Marco Rodriguez (Fifa/México).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 56.800 pessoas.

LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

fonte: Agência Estado

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