São Paulo –O Corinthians teve suas contas bloqueadas devido a uma ação judicial movida pelo empresário André Cury na Justiça Federal. Esse processo foi a principal razão para o atraso no pagamento dos salários de janeiro. A previsão é de que o clube tenha acesso novamente à sua movimentação financeira ainda nesta sexta-feira (10).
De acordo com a Gazeta Esportiva, Cury processou o clube alegando que o Corinthians adotou “conduta fraudulenta” ao incluir contratos indevidos no Regime Centralizado de Execuções (RCE).
Em resposta, o empresário recorreu à Justiça Federal. No entanto, em dezembro, o clube obteve uma decisão liminar que suspendeu os bloqueios judiciais e as execuções por 60 dias.
Conforme o Estadão, o Corinthians acredita que está protegido pelo RCE e espera que a liberação da movimentação financeira seja resolvida sem maiores dificuldades, já que os débitos existentes estão cobertos pelo regime, que foi homologado pela Justiça de São Paulo. Cury, que é o terceiro maior credor do clube, possui uma dívida de R$ 28,8 milhões.
Além de Cury, o empresário Giuliano Bertolucci também entrou com uma ação contra o Corinthians na Justiça, cobrando cerca de R$ 78 milhões. No total, cinco processos foram registrados nas 4ª e 5ª Varas Cíveis do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O Corinthians, por sua vez, alega que essas ações foram movidas para garantir que Bertolucci seja incluído no RCE. Somando as pendências com Cury, Bertolucci e o empresário Carlos Leite, o clube deve cerca de R$ 170 milhões apenas a esses agentes.
Em novembro, o Corinthians solicitou a adesão ao RCE, apresentando um plano para o parcelamento das dívidas, que totalizam R$ 379 milhões, incluindo débitos com ex-jogadores, empresários e clubes.
A equipe jurídica do clube começará a negociar as dívidas a partir deste mês, com o objetivo de alinhar o pagamento. O RCE foi criado pela Lei de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e permite que clubes de futebol centralizem as execuções em um único processo, facilitando a organização e o pagamento de suas dívidas.
O Corinthians, no entanto, enfrenta um débito total de cerca de R$ 2,3 bilhões, sendo que a maior parte dessa dívida é com a Caixa Econômica Federal, que exige o pagamento de R$ 710 milhões relacionados à Arena em Itaquera.