Hegemonia europeia no Mundial de Clubes: por que os sul-americanos ficaram para trás?

O torneio era uma vitrine de estilos diferentes de jogo que, ao mesmo tempo, se completavam

De 1960 a 2004, o Mundial Interclubes, então chamado de Copa Intercontinental, era um confronto direto entre os campeões da Uefa e da Conmebol. Nesse período, os números ilustram um equilíbrio impressionante: 22 títulos para os sul-americanos, liderados por clubes como Peñarol, Boca Juniors e São Paulo, contra 21 para os europeus, com potências como Real Madrid e Milan. O torneio era uma vitrine de estilos diferentes de jogo que, ao mesmo tempo, se completavam. Toda essa rivalidade ajudou a alimentar a paixão de milhões de pessoas, que atualmente utilizam a Betano para fazer suas previsões.

(Foto: cuetor59 / Pixabay)

A nova era do Mundial e a supremacia europeia

A partir de 2005, a FIFA reformulou a competição, transformando-a em um torneio global com representantes de todos os continentes. Desde então, apenas três clubes sul-americanos conquistaram o título: São Paulo (2005), Internacional (2006) e Corinthians (2012). De lá pra cá, o domínio europeu é absoluto. Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e outros gigantes faturaram a taça 14 vezes, destacando uma hegemonia difícil de ser desafiada.

Razões para o domínio europeu

A diferença entre os clubes europeus e sul-americanos começou a se acentuar na década de 1990, especialmente após a implementação da Lei Bosman em 1995. Essa medida eliminou restrições de transferências dentro da União Europeia e permitiu que os clubes do Velho Continente contratassem talentos globais sem limitações. Os principais nomes do futebol sul-americano começaram a deixar o continente cedo, enfraquecendo os times locais.

Além disso, a disparidade econômica é um fator determinante. Em 2023, os clubes da Premier League, por exemplo, movimentaram mais de 6 bilhões de euros em transferências. Enquanto isso, os clubes sul-americanos lidam com orçamentos muito menores, dependentes de negociações pontuais e vendas de jogadores. Essa diferença permite que os europeus invistam pesado em infraestrutura, tecnologia, categorias de base e elencos de alto nível.

O impacto do apoio comercial

Os clubes europeus também contam com um ecossistema comercial robusto, que inclui contratos multimilionários de transmissão e de patrocinadores que movimentam bilhões de euros no futebol. Esses fatores não apenas fortalecem os clubes, mas também ajudam a consolidar a supremacia europeia no cenário global.

Sul-americanos em busca de um novo capítulo

Para que os clubes sul-americanos voltem a ser competitivos, será necessário mais do que talento em campo. E muitos clubes, principalmente brasileiros, estão entendendo que precisam de dinheiro para voltar a competir em alto nível contra os europeus. P

or conta disso, alguns já contam com o dinheiro das SAF’s (Sociedade Anônima do Futebol) para tentar diminuir a distância entre os times do Velho Continente. Além disso, outras agremiações, como Palmeiras e Flamengo, passaram por grandes reestruturações financeiras a fim de formar elencos mais fortes.  

E a próxima chance de um sul-americano tentar quebrar a escrita dos últimos anos será em 2025, no Super Mundial da FIFA, que será disputado nos Estados Unidos.