Manaus – Para integrar a comunidade indígena, com intuito de reduzir o sedentarismo e combater o preconceito, os povos Sateré-mawé, Mura e Caxinauá realizaram a “Copa de Futebol Waikiru”, na manhã deste domingo (16), na Rua Rio Cajubim, bairro Tarumã, zona oeste de Manaus.
O evento, que movimenta a Comunidade Waikiru todos os anos, iniciou às 8h, com a realização de um culto na igreja local, onde jogadores e moradores da comunidade cumprem a tradição de pedir a benção e proteção dos deuses da religião indígena.
No campo de areia os times masculinos e femininos, entre ribeirinhos e indígenas, disputaram a premiação em dinheiro no valor de R$ 2 mil, arrecadados na própria comunidade, para incentivar os futuros jogadores profissionais, como explicou o cacique da Comunidade Waikiru e juiz dos jogos, André Sateré.
“A realização da nossa copa é importante para que possamos incentivar os nossos jovens a serem profissionais do esporte, nessa categoria que eles gostam e fazem questão de estar presentes. A comunidade espera que um deles possa se destacar no meio esportivo e nos represente positivamente fora de casa”, disse o cacique.
Os moradores da comunidade conseguem arrecadar até R$ 100 no dia do evento com a venda de doces, salgadinhos, água e refrigerante. De acordo com André Sateré, a renda ajuda na alimentação da comunidade. “Um evento desse tipo contribui com a renda da comunidade, pela movimentação de pessoas que recebemos no dia”, disse.
Os jogadores participantes da “Copa de Futebol Waikiru” têm o sonho de crescer no futebol e consideram que o evento é importante para que possam jogar em um time nacional. “Minha vida é o esporte e eu amo futebol. Apesar de não trabalhar com esporte eu levo muito à sério a copa daqui da comunidade, pois posso fazer o que eu gosto e ficar perto de realizar um sonho”, disse a agente penitenciária Eliane de Oliveira.
O estudante Renan Marques, que integra um time do Campeonato Amazonense de Futebol, explicou que participar da “Copa de Futebol Waikiru” também é uma forma de ajudar a comunidade a ir mais longe, no sentido de contribuir com o crescimento socioeducativo das famílias que ali vivem.
“Vivo aqui na comunidade e faço questão de fazer parte da copa, mas não só por mim, mas por todas as pessoas que vivem aqui. Além disso, sei que realizar o sonho de ser um jogador de futebol e representar a minha comunidade vai fazer muita diferença para os Waikiru”, enfatizou o estudante.