Manaus – Depois de conquistar a medalha de ouro no Campeonato Pan-Americano da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), realizado em Irvine, na California (EUA) na faixa preta, o manauara Matheus Gabriel, 21, volta sua atenção para a meta de infância: se consagrar como campeão mundial. Em conversa com o GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (GDC), o faixa-preta falou da trajetória da sua carreira e comentou a respeito dos objetivos para o futuro.
No último dia 23 de março, Matheus Gabriel ficou conhecido no mundo após quebrar o braço de Kennedy Maciel, filho do icônico Rubens ‘Cobrinha’ Charles, com um arm-lock. Já no domingo, o amazonense derrotou o mineiro Leonardo Saggioro e o norte-americano Jamil Hill-Taylor. “Eu estou muito feliz com essas conquistas, mas a minha carreira está só começando”, disse Gabriel que fez quatro lutas para chegar ao título.

Matheus Gabriel viralizou na redes sociais após quebrar o braço de Kennedy Maciel (Foto: Divulgação)
Início de carreira
Matheus iniciou no jiu-jitsu aos oito anos, motivado pela avó, que viu no esporte uma forma de domar a energia do neto, que costumava arranjar brigas na escola. “Eu era do tipo que aprontava muito”, conta ele. Aos 14 anos, o pequeno prodígio se mudou para o Rio de Janeiro, e, sob a tutela do treinador Márcio Rodrigues, que promovia uma bolsa para jovens praticantes da arte suave e que ajudou outros talentos como Erberth Santos, Lucas Barbosa, Ygor e Yago Rodrigues, hoje, nomes consagrados na modalidade. “Foi nessa época que fui, sozinho para o Rio, tentando dar certo no jiu-jítsu por lá, já que as minhas oportunidades em Manaus já tinham se esgotado”, relembrou o atleta.
Ao recordar as dificuldades de sair de casa tão cedo, Gabriel se lembrou de quando chegou ao Rio pela primeira vez. “Eu comecei a chorar, foi muito duro estar longe da família, sendo apenas uma criança. Mas foi graças a essa experiência que aprendi a viver como adulto”, disse.
Na terra do Tio Sam
Matheus passou dois anos treinando no Rio, mas teve de retornar para Manaus depois que os fundos para o programa de Márcio Rodrigues foram cortados. Ao voltar à cidade natal, um amigo do lutador (e também faixa-preta), John Kleicy Kurschat Aguiar, dono de uma filial da academia norte-americana Checkmat Brazilian Jiu-Jítsu, indicou o nome de Matheus para o treinador de jiu-jítsu Kaiser Girão, norte-americano que trabalha na cidade de Dallas, no Texas.
Dias atuais
Sob o comando do novo professor, Gabriel obteve um recorde de 33-1-0 na faixa marrom, com 23 submissões. Em junho de 2018, o atleta ganhou o primeiro título mundial pela IBJJF, nesta faixa, o que motivou Girão a transferir o lutador para a matriz da Checkmat, no Estado da Califórnia.
“Foi aí que eu passei a morar na casa da lenda do Jiu-jítsu, o Lucas Leite, que é meu professor atual”, contou Matheus. Junto do atleta, moram outros três lutadores, que convivem com Leite e a esposa. “É uma honra poder morar na casa de um lutador que eu idolatrava no início da minha carreira”, pontuou.
Com a recente conquista no Pan-Americano, Gabriel está focado para a realização do sonho de infância. “Agora, meu foco total é no campeonato mundial de jiu-jítsu da IBJJF, que acontecerá no dia 1º de junho, na cidade de Long Beach, na Califórnia. Esse é um dos meus maiores sonhos”, finalizou.