Oscar vê duelo contra México como “final” para seleção brasileira

Oscar considera que o confronto a ser disputado no Castelão será tão difícil quanto foi o do ano passado, pela Copa das Confederações. 

Teresópolis – O meia Oscar definiu o jogo da seleção brasileira contra o México, na próxima terça-feira, em Fortaleza, como “uma final”. Ele lembra que a partida pode definir a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo e, por isso, tem conotação de decisão.

“Jogamos bem na estreia (contra a Croácia) e estreia é sempre difícil. Treinamos para jogar contra eles, mas o México joga totalmente diferente. Vamos nos adaptar, vamos treinar (nos próximos dias) para enfrentá-los. Eles têm uma boa saída de bola e contra-ataque rápido, então vamos treinar bastante para vencer e classificar”, disse Oscar, no início da tarde deste sábado, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

Ele concedeu entrevista após o treinamento em que os titulares fizeram um trabalho bem leve e os reservas participaram de um jogo-treino contra a equipe sub-20 do Fluminense.

Destaque na partida contra os croatas, Oscar considera que o confronto a ser disputado no Castelão será tão difícil quanto foi o do ano passado, na mesma arena, pela Copa das Confederações.

O Brasil venceu por 2 a 0, com um gol de Neymar no começo e outro de Jô quase ao final. “É difícil estabelecer diferenças entre o time do México do ano passado e o atual. Acho que os dois lados terão uma vontade extra. Na Copa das Confederações foi uma grande vitória nossa. Fizemos um gol no começo e isso ajudou, mas o México também teve chance.”

Procurar marcar novamente no início da partida vai ser um dos objetivos da seleção brasileira contra os mexicanos, até para evitar sofrimento. É isso o que pensa o zagueiro David Luiz.

“O México é um grande adversário, que sempre faz grandes jogos contra o Brasil. Vai ser uma partida difícil e, se tiver que sofrer, vamos saber sofrer, mas será muito melhor se fizermos um grande jogo e sem sofrimento”, afirmou o defensor em entrevista ao site da Fifa.

Sem medo

Oscar nunca deixou de acreditar em seu potencial na seleção brasileira, nem mesmo quando era questionado pela mídia e por torcedores nas redes sociais que queriam ver Willian, seu colega de Chelsea, em sua vaga.

Quem o sustentou no posto foi Felipão, embora o meia diga que jamais pensou que corria perigo no time. Não pensou porque sempre teve do chefe um voto de confiança. Nunca ficou preocupado em perder sua posição.

“Sempre estive tranquilo em relação a isso. Nunca fiquei preocupado. É claro que sei que o Willian treina bem, assim como o Ramires, o Hernandes, o Fernandinho. A seleção tem bons jogadores e todos em condições de atuar. Mas o Felipão sempre me deu tranquilidade e passou confiança, sempre me tratou normalmente”, afirmou o meio-campista, neste sábado, em entrevista coletiva concedida em Teresópolis (RJ).

Por causa de Oscar, o treinador arrumou sua primeira “confusão” na seleção. Após o jogo com a Sérvia, no Morumbi, Luiz Felipe Scolari disse que o atleta jogava e estava no seu time porque era ele que escalava o Brasil, e que não adiantava pedir esse ou aquele jogador. Ali, Oscar percebeu que tinha moral com o comandante.

Felipão e Parreira conversaram muito com o jogador e deram a ele a confiança que precisava. Oscar foi um dos melhores contra a Croácia, na estreia do Brasil na Copa. Jogou bem e ainda marcou um gol, o terceiro da seleção.

“Os jogos antes da Copa eram importantes, mas eram amistosos. E amistoso é diferente de Copa do Mundo. Eu jogo com o coração, tenho várias funções e gosto de todas elas. É meu jeito de jogar Foi assim contra a Croácia e espero que seja assim nas outras partidas. Não sei nem definir em qual posição jogo”.

Aval de gigantes

Quando apresentou sua lista dos 23 para a Copa, Felipão disse que Oscar era um dos melhores jogadores do mundo. José Mourinho, seu treinador no Chelsea, comentou o mesmo na Inglaterra. Eles não poderiam estar errados. Para o jogador, isso é muito bom de ser ouvido, mas não se considera tudo isso. Ou pelo menos não tem coragem de se achar como tal. Não ele, que fala pouco, brinca pouco e está sempre concentrado no trabalho.

“Não me considero um dos melhores do mundo. Não sei explicar minhas qualidades, quando faço coisas boas no campo ou quando não as faço também. O que posso dizer é que sempre tive uma evolução na carreira, tanto no Chelsea quanto na seleção”, disse o menino de 22 anos que, ao lado de Neymar, é um dos mais novos do Brasil.

Apesar de ser o principal meia da seleção brasileira, sua função não se resume a armar as jogadas da equipe em campo. Ele destacou seu papel multitarefa, que atua também na marcação no time dirigido por Felipão, e garantiu não ter um posicionamento preferido.

“Eu não sei que posição eu gosto mais. Gosto de jogar para o time, de ajudar ao máximo e isso não é de hoje. Não importa se é pela esquerda, direita, como meia ou atacante. Foi eu quem roubou mais bolas na Copa das Confederações. Comecei bem a Copa e espero melhorar cada vez mais. Foi só o primeiro jogo. Temos coisas para corrigir e temos de pensar nos próximos”, disse.

Várias posições

A troca de posicionamento de Oscar pôde ser bem vista na vitória do Brasil por 3 a 1 sobre a Croácia, na última quinta-feira, no Itaquerão, na abertura da Copa. O meia atuou mais aberto pela direita, com Neymar centralizado. Depois, eles mudaram diversas vezes de posição. E o jogador do Chelsea foi um dos destaques do Brasil no triunfo. Oscar avalia que jogar em várias posições no setor ofensivo é uma das suas principais virtudes e o torna ainda mais útil para a seleção.

“Sei jogar em várias posições, pode ser uma das minhas qualidades. Tive oportunidade de jogar no um contra a um com o lateral croata (Vrsaljko), isso me ajudou e também a seleção a vencer”, comentou.

A boa atuação de Oscar diante da Croácia foi coroada com o gol marcado nos minutos finais, que selou o triunfo brasileiro. E o meia reconheceu que o gol lhe dá mais confiança para a sequência na Copa. “Com certeza a sua confiança aumenta mais quando faz um gol. Já estava muito confiante. Não só eu estou confiante, mas também toda a seleção”, disse.

Após fazer o seu gol chutando de bico, Oscar destacou que a sua origem no futsal o ajudou a finalizar a jogada dessa forma. “É um lance que você decide na hora. Não tem explicação. Achei que era a melhor maneira de chutar para o gol e consegui. Isso vem muito do futsal. Eu já joguei futsal. Neymar, Jô, Bernard e Willian também. Fico feliz que foi gol”, celebrou.

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