Manaus – Terceiro colocado em 2006 com Felipão, Portugal teve o azar de enfrentar a campeã Espanha logo nas oitavas de final, em 2010, na África do Sul. Agora, o adversário de Cristiano Ronaldo e companhia na Arena da Amazônia, porém, traz lembranças mais antigas e sombrias aos portugueses.
Derrotada pelos Estados Unidos na estreia do Mundial de 2002, pelo placar de 3 a 2, a equipe de Antonio Oliveira, uma das favoritas, foi eliminada na primeira fase.
Sem o mesmo alarde que aquela seleção, que tinha Figo e Pauleta como os principais nomes, o time do ex-zagueiro Paulo Bento, extremamente dependente do atual melhor jogador do mundo, está mais modesto, neste ano.
O próprio treinador lembrou, logo após conhecer os adversários do Grupo G, que Portugal já caiu diante dos alemães (disputa pelo terceiro lugar, em 2006), e dos norte-americanos em outras ocasiões. Portanto, o discurso de briga pelo título, utilizado em outros tempos, deu lugar ao contido “vamos com um passo de cada vez”.
Cristiano Ronaldo, Helder Postiga e Pepe, em recuperação de lesões, preocupam. A possível ausência do camisa 7 contra a Alemanha, na estreia (16), em Salvador, causa apreensão nos portugueses, mesmo após a participação dele no amistoso da última terça-feira, contra a Irlanda.
Isso porque a seleção não dispõe de outros jogadores no elenco capazes de encarar em igualdade os favoritos.
Nomes como de João Moutinho e Raúl Meireles dão qualidade ao meio de campo e podem subsidiar os atacantes portugueses. A defesa, com os experientes Bruno Alves e Ricardo Costa, esbanja força física, mas deixa a desejar no posicionamento em bolas paradas… Não tem jeito. Se Portugal quiser avançar de fase sem sustos e ainda almejar classificações nas próximas fases, precisará muito de Cristiano Ronaldo ‘inteiro’, pelo menos para desonrar o apreço do pai do atleta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, responsável pelo segundo nome da maior esperança do futebol português, em Manaus e em todo o Brasil.