Ramires lembra o erro na Copa de 2010 e promete não repeti-lo

O volante do Chelsea só evitou apontar qual seleção, a de 2010 ou 2014, considera mais forte. 

Teresópolis – O volante Ramires é um dos seis jogadores, do grupo de 23 convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo, que já participou de outra edição do torneio. Assim, ele admitiu nesta terça-feira, em entrevista coletiva na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), que não pode repetir erros cometidos há quatro anos.

O principal deles aconteceu nas oitavas de final daquele Mundial, na vitória por 4 a 1 sobre o Chile, quando cometeu uma falta desnecessária nos minutos finais do duelo, recebeu o seu segundo cartão amarelo na competição e teve que ficar fora do jogo seguinte, a derrota por 2 a 1 para a Holanda, que encerrou a participação da seleção na Copa. Agora em 2014, Ramires prometeu não repetir o erro para evitar uma suspensão desnecessária. 

“O ambiente era ótimo para mim. Sendo o mais novo, na primeira Copa, com jogadores experientes, tudo era maravilhoso. Não tinha do que me queixar. Senti bastante o fato de ter ficado fora, você quer estar à disposição do treinador. Acabei levando o segundo cartão amarelo, que me tirou do jogo com a Holanda, senti bastante pelo Brasil estar jogando bem no primeiro tempo e achei sinceramente que sairíamos com a vitória”, disse. “Tiro de lição que aquela falta no meio-de-campo me tirou do jogo. Não farei isso agora, não quero ficar fora de nenhum jogo”, completou. 

Ramires ficou fora da partida com a Holanda e viu, fora do campo, o japonês Yuichi Nishimura expulsar o volante Felipe Melo durante o jogo que culminou na eliminação da seleção. Agora, o asiático será o árbitro da partida de abertura da Copa, na próxima quinta-feira, quando o Brasil vai encarar a Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. 

Ciente da importância de não repetir os erros de 2010, Ramires destacou a importância da palestra dada pelo ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho aos jogadores. “Tem que estar ligado em tudo. É importante estar presente e escutar essas palestras, tem informações do que pode acontecer nas partidas. Tudo pode acontecer em 90 minutos, inclusive os erros da arbitragem. Temos que fazer o melhor pra superar isso”, disse. 

O volante do Chelsea só evitou apontar qual seleção, a de 2010 ou 2014, considera mais forte. “Não tem como comparar, são duas ótimas seleções. A de 2010 jogou e não venceu. Agora, temos excelentes jogadores e tudo para chegar ao título. O importante é entrar em campo e fazer o melhor”, concluiu.

Episódio Superado

Ramires considera totalmente superado o episódio em que ficou fora da Copa das Confederações, como castigo por ter se apresentado com atraso a Luiz Felipe Scolari para um amistoso com a Rússia – estava machucado e acabou cortado naquela ocasião – e diz que, agora, seu único objetivo é ajudar a seleção a ir bem na Copa do Mundo. O jogador do Chelsea, aliás, acredita ter sido vítima de pessoas maldosas, que não o queriam na equipe nacional, mas garante que jamais teve algum tipo de problema com Felipão.

“Eu tinha conversado com o professor (Felipão) e a partir do momento que você conversa olho no olho resolve as coisas. Tentaram distorcer muitas coisas, foi coisa de pessoas que talvez não gostem de mim. Mas esclareci tudo o que tinha para esclarecer. Meu foco agora é ajudar a seleção. Eu tenho plena certeza de que tudo o que tinha que esclarecer, esclareci, é passado, não tem problema nenhum, e meu foco é em ajudar a seleção”, afirmou.

Reserva na seleção, Ramires admite ser muito difícil conquistar um lugar entre os titulares. Diz que o principal é estar no grupo, mas se vale de uma performance recente para tentar beliscar um lugar no time durante a Copa do Mundo: ele foi o segundo jogador que mais roubou bolas na última Liga dos Campeões, ficando atrás somente do lateral espanhol César Azpilicueta, seu companheiro de Chelsea. “Foi importante ter bons números na Liga dos Campeões. Para mim, como volante, fico muito orgulhoso de ter esse desempenho, ser o segundo maior roubador de bolas.”

Mas Ramires pondera que aquele foi seu trabalho no clube: “Na seleção é outra situação, um outro trabalho. Vou procurar fazer o melhor para que possa repetir os bons números aqui.”

Ele confessa estar ansioso para o jogo com a Croácia e que a tensão cresce à medida que a partida desta quinta-feira vai se aproximando. “O último dia antes de uma estreia é complicado. A gente fica torcendo para que chegue logo. E dependendo do que acontece no primeiro jogo dá tranquilidade para o restante da competição. Agora está prestes a começar. Nós (jogadores) estamos prestes a realizar esse sonho e quem sabe chegar na final e vencer.”

Mas o volante procura tratar com tranquilidade a quase obrigação que a seleção brasileira tem de conquistar o título: “Pressão para a seleção ganhar existe o tempo todo. O importante é que estamos bem cientes disso. Todos os jogadores que estão aqui já passaram por grandes dificuldades ao longo da carreira, estão preparados” garantiu.

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