Sandro Vianna ganha bronze de Pequim 2008

Após o doping do jamaicano Nesta Carter, amazonense que integrou equipe brasileira do revezamento 4×100 no torneio não escondeu emoção pela medalha: “A ficha ainda não caiu”, falou

Manaus – Quanto tempo você é capaz de esperar para realizar não só o seu sonho, mas o de uma nação inteira? O ex-velocista especialista nos 100 e 200 metros rasos, Sandro Vianna, 42, levou no total 20 anos para conseguir ser o primeiro medalhista Olímpico do Amazonas, ao conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

O quarteto recebeu as medalhas nesta quinta-feira (31), das mãos de Bernard Rajzman, membro do Comitê Olímpico Internacional (Foto: Divulgação)

Foram ‘somente’ 11 anos para conseguir colocá-la no peito, em uma pequena cerimônia para 100 pessoas, realizada na manhã desta quinta-feira (31), no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça.

Ao lado de Bruno Lins, José Carlos Moreira (Codó) e Vicente Lenílson, o time que disputou o revezamento 4x100m rasos, em Pequim, subiu ao pódio e entrou de vez na galeria de heróis olímpicos nacionais.

Muito emocionado durante entrevista exclusiva para o GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO, Sandro Vianna disse para o VENCER que não sabia explicar o sentimento de ser um dos desportistas amazonenses eternizados.

“A ficha ainda não caiu. Levei 20 anos para conquistar uma medalha olímpica, então passa muita coisa na minha cabeça: presente, passado e futuro se misturam. Se já é extraordinário um ser humano conquistar uma medalha olímpica, imagina para um amazonense. Eu recebo essa medalha como uma coroa. Essa é a minha epopeia, o meu Elíseos”, disse o agora medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim.

A conquista

O terceiro lugar da equipe brasileira foi confirmado no ano passado, após o jamaicano Nesta Carter ter sido flagrado em exame antidoping nos Jogos de Pequim. Com a comprovação do doping, a equipe jamaicana teve que devolver a medalha de ouro. Com isso, a equipe de Trinidad & Tobago, que havia sido a segunda colocada, herdou as medalhas de ouro. O Japão passou de terceiro para segundo e o quarteto do Brasil, que fez 38s24, ficou com o bronze.

Ao longo de toda a sua carreira, Sandro Vianna nunca esqueceu de agradecer quem sempre esteve do seu lado: a família. Apesar de não ter tido a companhia de seus familiares na cerimônia, o manauara revelou que já está planejando a comemoração para quando chegar na ‘terrinha baré’, na próxima segunda-feira (4).

“Não pude contar com a presença da minha família nesta cerimônia, mas com certeza vamos comemorar entre nós, quando eu chegar em Manaus. Eles sempre fazem parte desta trajetória olímpica”, explicou.

“Eu não consigo imaginar uma grande recepção na minha chegada. Eu não sei, está tudo acontecendo tão rápido. Mas, eu não sou dependente de uma recepção calorosa porque sou muito grato pelo apoio que o povo amazonense me deu, durante todos os meus anos de atleta e até agora, depois da minha aposentadoria. Isso já é uma coisa que abranda muito o meu coração. Por isso eu sou muito grato por todo esse apoio”, completou Vianna.

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