Manaus – O futebol da bola oval está em crescente ascensão no Amazonas. Uma prova disso é o aumento de torcedores locais das equipes norte-americanas da National Football League (NFL, sigla em inglês para a Liga Nacional de Futebol Americano). E a grande final da 53ª edição do Super Bowl entre os times do Los Angeles Rams (vencedor da Conferência Oeste) e New England Patriots (vencedor da Conferência Leste), neste domingo (3), no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, às 19h30 (de Manaus), contará com a torcida do Estado.

A 53ª edição do Super Bowl, no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, neste domingo, começará às 19h30 (de Manaus). (Foto: NFL/Divulgação)
Pelo lado da Conferência Oeste está o advogado Wandrey Picanço, 26, que torce pelo Rams desde época que a sede do clube era na cidade de Saint Louis, no Estado de Missouri (EUA). O manauara começou a ser fã da equipe nos anos 2000, quando assistiu pela primeira vez a uma partida de futebol americano pela TV.
“Foi acidental. Um dia passando pelo canal de esportes estava passando um jogo e apareceu imagens do time (Rams). Logo de cara eu gostei do que via, mesmo sem entender nada das regras, apenas tive aquele sentimento de ‘quero que esse time ganhe’. Minha primeira lembrança dos Rams é essa”, revelou.
Mesmo com um jejum de quase 20 anos do Rams sem ganhar um título da NFL, o torcedor da equipe de Los Angeles acredita em uma partida equilibrada contra o Patriots, mas com a conquista do segundo Super Bowl da história do clube.
“Estou muito confiante, a campanha do Rams foi quase perfeita e respondeu a expectativa da torcida criada antes do início da temporada. Com os reforços que vieram, sabíamos que teríamos um time mais forte do que o do ano passado. Perdemos apenas três partidas na temporada regular”, relembrou Picanço.
“Acredito que a defesa que conseguir segurar mais o ataque da equipe adversária sairá com a vitória. Por isso conto demais com A. Donald (defensive tackle, quando tentam derrubar o lançador) para sairmos campeões. Meu palpite é Rams 31×24 Patriots”, concluiu o advogado.
Já pelo lado da Conferência Leste, está o bancário Anderson Ricardo, 28, que torce pelo tradicional New England Patriots, que disputará seu terceiro Super Bowl consecutivo. O primeiro contato com o esporte foi há quatro anos, por meio de um amigo que também é torcedor da equipe.
“Um amigo me convidou para assistir ao Super Bowl 49, em 2015, foi quando tive o primeiro contato com o time. Naquele jogo eu fiquei impressionado com a garra do time, a força mental e com a visível vontade de ganhar. Isso me encantou bastante. E claro, que fomos os campeões”, declarou.
Mesmo com uma temporada regular instável, Anderson acredita que o Patriots só conseguiu chegar à final da conferência por conta do veterano Julian Edelman, o wide receiver da equipe, que é o recebedor das bolas. “Na fase regular, eles apresentaram um futebol bastante inconsistente, a defesa foi questionável, cederam muitas jardas, o ataque falhou em situações chave que resultariam em touchdown e muitos passes errados do Tom Brady. Enfim, não foi a melhor temporada, já nos playoffs o time adorou outra postura”, analisou.
E para o bancário a equipe do Patriots está afiada para conquistar mais uma taça no Super Bowl. Seria o sexto título da NFL do New England Patriots, o que o faria empatar com o maior vencedor da história da Liga Nacional, o Pittsburgh Steelers.
“Eu diria que o destaque da equipe foi o Julian Edelman. Ele fez recepções e touchdowns extremamente importantes no decorrer da temporada. A confiança está em dia afinal de contas, nós temos o melhor QB (Tom Brady), o melhor TE (Robert Gronkowski) e o melhor WR (Julian Edelman) de todos os tempos, isso deve fazer a diferença quando a partida estiver nos momentos decisivos”, afirmou Anderson Ricardo.

Um amigo me convidou para assistir ao Super Bowl 49, em 2015, foi quando tive o primeiro contato com o time. Naquele jogo eu fiquei impressionado com a garra do time, a força mental e com a visível vontade de ganhar. Isso me encantou bastante’. Anderson Ricardo, bancário, torcedor do New England Patriots

Foi acidental. Um dia passando pelo canal de esportes estava passando um jogo e apareceu imagens do time (Rams). Logo de cara eu gostei do que via, mesmo sem entender nada das regras, apenas tive aquele sentimento de ‘quero que esse time ganhe’”. Wandrey Picanço, advogado, torcedor da equipe de Los Angeles
Fãs femininas da NFL crescem no mundo e elevam audiência da TV
A consolidação de uma dinastia ou a coroação de uma renovada força na liga de futebol americano dos Estados Unidos? Quando New England Patriots e Los Angeles Rams começarem a decisão do Super Bowl 53, no moderno Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, às 19h30, diversas histórias e recordes estarão em jogo. Atletas desconhecidos podem ganhar um lugar no olimpo da modalidade e grandes estrelas podem ter seus nomes enterrados. Mas outro grande motivo será responsável por marcar a temporada que acaba hoje: o protagonismo feminino na NFL.
Dois fatos históricos ajudaram a pavimentar a participação feminina em um esporte ainda muito voltado para os homens. No dia 27 setembro, a Amazon inovou em seu serviço de streaming ao fazer a primeira transmissão com um time 100% formado por mulheres. Andrea Kremer e Hannah Storm foram responsáveis por comandar a narração da partida entre Minnesota Vikings e Los Angeles Rams, nos EUA.
Dentro de campo, outra quebra de paradigma. Sarah Thomas se tornou a primeira mulher a fazer parte da equipe de arbitragem (formada por sete árbitros) em um jogo de pós-temporada da liga norte-americana de futebol americano.
A NFL acredita que 45% de sua base de fãs seja formada pelo público feminino. Quase metade. Até por isso, a liga informa estar tentando entender melhor o comportamento desta grande parcela de ‘clientes’ para melhorar a experiência deles de acompanhar os jogos, seja no estádio ou pela TV.
Quem também está de olho nesse mercado são os publicitários, que deixaram de lado campanhas com apelo sexual, explorando o corpo feminino, e passaram a tratar mulheres como potenciais consumidoras. Nesta temporada, segundo dados da ESPN, detentora dos direitos de transmissão da NFL no Brasil, mais de 1 milhão de mulheres com TV paga acompanharam as transmissões ao vivo dos jogos da liga no País, crescimento de 18% em comparação à edição anterior.